O Garoto de Liverpool

O Garoto de Liverpool

Um filme mostrando a adolescência de John Lennon? Ok, vamos ver.

Aos 15 anos, John é um adolescente normal, inteligente e rebelde, que vive desde os cinco anos de idade com a rígida tia Mimi. Um dia, se reencontra com sua mãe, que tem um estilo de vida completamente diferente da tia, o que gera um certo atrito na família.

Um aviso aos beatlemaníacos: este filme não é sobre os Beatles! Vemos o primeiro encontro de John Lennon com Paul McCartney e, pouco depois, com George Harrison. E o filme termina com John se despedindo da tia porque estão indo para a Alemanha, tocar com “aquela outra banda”. Mas o nome Beatles sequer é citado!

Apesar do fundo musical, o principal foco de O Garoto de Liverpool (Nowhere Boy no original), longa de estreia da diretora inglesa Sam Taylor-Wood, é nas conturbadas relações entre John Lennon, sua mãe e sua tia.

Ainda assim, a parte musical é bem legal. Lennon, então com 15 anos, aprende a tocar banjo, muda para o violão e monta, com colegas da escola, a banda The Quarrymen, através da qual conhece Paul e George. E o resto é história da música pop…

Lennon é interpretado por Aaron Johnson, o protagonista de Kick-Ass. Ele faz um bom trabalho, mas acho que poderiam ter usado um ator mais parecido com o músico. Aliás, defeito igual acontece com Paul e George. Custava eles terem feito como em Backbeat? Lembro que o ator Ian Hart foi chamado para o filme devido à sua semelhança com Lennon! Já Kristin Scott Thomas e Ann-Marie Duff, respectivamente a tia e a mãe, estão ótimas.

Bom filme. Só não sei se beatlemaníacos vão gostar…

The Wonders – O Sonho Não Acabou

The Wonders – O Sonho Não Acabou

Tom Hanks ganhou dois Oscars de melhor ator seguidos, em 93 por Filadélfia e em 94 por Forrest Gump. Com moral alta, ele resolveu tocar um projeto pessoal, e escreveu e dirigiu este simpático e despretensioso The Wonders – O Sonho Não Acabou, lançado em 96.

The Wonders – O Sonho Não Acabou fala sobre uma banda “one hit wonder”. Conhece esta expressão? É aquela banda que teve um único sucesso – todo mundo conhece a música, mas ninguém conhece o resto do trabalho… A banda The Wonders teve um grande sucesso, a música “That Thing You Do”, mas depois a banda acabou e nunca mais ninguém ouviu falar deles. O filme mostra o início da banda, a ascenção meteórica e o melancólico fim.

A banda é fictícia, claro. Mas o filme é tão bem feito que tem gente que realmente acredita que eles existiram. Aliás, a excelente música “That Thing You Do” é tocada até hoje em festas na noite carioca!

O filme é muito legal. Como disse lá em cima, o clima é despretensioso, Tom Hanks não se preocupou em fazer um “grande filme”. Apenas contou uma boa história, de um jeito delicioso.

O elenco é liderado pelo estreante Tom Everett Scott, parecidíssimo com Hanks mais novo. Ele é o baterista que é convidado de repente pra entrar na banda, já que o baterista original (Giovanni Ribisi) quebrou o braço. Ainda no elenco, Jonathon Schaech e Steve Zahn. Liv Tyler e Charlize Theron, ainda no início de suas carreiras, têm os principais papéis femininos. O próprio Hanks tem um pequeno e importante papel, e sua esposa Rita Wilson faz uma ponta.

Leve e despretensioso. E um dos melhores filmes sobre bandas que têm por aí. Ele está até no meu Top 10 de melhores filmes de rock!

Cadillac Records

Cadillac Records

Uma cinebiografia da Chess Records, a gravadora que lançou nomes como Muddy Waters, Chuck Berry, Etta James e Howlin’ Wolf? Tem tudo pra dar certo!

Em 1947, Leonard Chess (Adrien Brody) abre um estúdio de gravação só para artistas negros, como Muddy Waters (Jeffrey Wright) e Little Walter (Columbus Short), e cuida deles como se fossem uma grande família. Pouco depois, Chuck Berry (Mos Def) praticamente inventa o rock’n’roll dentro de seu estúdio.

Infelizmente, o desenvolvimento do filme não flui bem. Os eventos são jogados na trama, senti falta de uma linha temporal mais bem definida. Por exemplo, os Rolling Stones aparecem do nada e desaparecem da mesma forma. E o mesmo acontece várias outras vezes ao longo do filme.

Depois descobri outro problema, que não tem a ver exatamente com o filme em si, mas com a História. Li pela internet que vários dos fatos estão incorretos. Leonard não estava sozinho, a gravadora foi fundada ao lado de seu irmão; Muddy Waters já tinha gravado antes da Chess Records; Leonard nunca se envolveu romanticamente com Etta James; etc. Isso sem contar com alguns nomes importantes deixados de lado, como Bo Didley!

Apesar dissol gostei muito das atuações. Adrien Brody, como sempre, manda bem. Jeffrey Wright, eterno coadjuvante, brilha como protagonista no papel de Muddy Waters. Beyoncé Knowles não só interpreta Etta James como ainda regravou suas músicas. Mos Def rouba a cenacom um Chuck Berry perfeito. E Columbus Short também está ótimo como o explosivo Little Walter. E ainda tem Cedric the Entertainer como Willie Dixon e Eamonn Walker como Howlin’ Wolf. O elenco realmente estava inspirado!

Apesar dos problemas, Cadillac Records é um bom programa para os apreciadores de música negra dos anos 50.

Top 10: Melhores Filmes de Rock

Top 10: Melhores Filmes de Rock

Hoje, dia 13 de julho, é dia do rock – o que quer que isso signifique… E, em homenagem a tão importante data (será que é importante mesmo?), resolvi postar aqui o meu Top 10 de melhores filmes de rock.

Como sempre, visitem os outros Top 10 daqui do aqui do blog: filmes de zumbi, filmes com nomes esquisitos, filmes sem sentido, personagens nerds, estilos dos anos 80, melhores vômitos, melhores cenas depois dos créditos, melhores finais surpreendentes, melhores cenas de massacre, filmes dos ano 80 e 90 nunca lançados em dvd no Brasil, estilos de filmes ruins, casais que não convencem, musicais para quem não curte musicais, melhores frases de filmes, melhores momentos de Lost, maiores mistérios de Lost e piores sequencias. Visitem!

Em ordem decrescente…

10- Pink Floyd – The Wall (1982)

Um disco conceitual do Pink Floyd inteiro na tela, numa versão sombria dirigida por Alan Parker. Viajante e genial!

9- Stoned (2005)

Hoje em dia nem todos sabem, mas um dos principais membros dos Rolling Stones, Brian Jones, morreu ainda na década de 60. Stoned conta a sua história.

9- The Doors (1991)

Um dos melhores filmes de Oliver Stone, The Doors conta a história da banda californiana. Val Kilmer ficou tão igual ao Jim Morrison que confundiu os ex integrantes da banda!

8- Across The Universe (2007)

Toda a história é contada através das canções dos Beatles. O roteiro é baseado nas músicas, quando estas não estão cantadas, elas estão faladas ou citadas por outros elementos – como os nomes dos personagens.

http://blogdoheu.wordpress.com/2009/02/11/across-the-universe/

7- Escola de Rock (2003)

Um caricato roqueiro frustrado acidentalmente vira professor em uma turma de crianças numa escola conservadora. Rock’n’roll infanto-juvenil de qualidade!

http://blogdoheu.wordpress.com/2010/02/07/escola-de-rock/

5- The Wonders (1996)

Simpático filme dirigido pelo ator Tom Hanks, conta a história de uma fictícia banda de um único sucesso. Muita gente por aí pensa que a banda realmente existiu…

4- A Fera do Rock (1989)

Cinebiografia de Jerry Lee Lewis, um dos maiores nomes da época do rockabilly. Atuação inspiradíssima de Dennis Quaid.

http://blogdoheu.wordpress.com/2010/07/12/a-fera-do-rock/

3- This Is Spinal Tap (1984)

Um documentário falso sobre uma banda falsa, mas que traz um monte de verdades sobre os exageros do hard rock dos anos 70/80. Diversão garantida para aqueles que conhecem os clichês do rock’n’roll!

http://blogdoheu.wordpress.com/2008/11/24/this-is-spinal-tap/


2- Os Irmãos Cara-de-Pau (1980)

Ok, não é exatamente rock, é uma banda de blues. Mas é um dos melhores “filmes com banda” da história! A banda, liderada pelos atores Dan Aykroyd e John Belushi, não se resumiu ao filme, começou um quadro no famoso Saturday Night Live, e depois a banda continuou na ativa.

http://blogdoheu.wordpress.com/2009/10/24/os-irmaos-cara-de-pau/

1- Quase Famosos (2000)

Os bastidores de uma banda dos anos 70, vistos por um adolescente aspirante a reporter. Como poucas vezes na história de Hollywood, a banda parece realmente uma banda na tela.

http://blogdoheu.wordpress.com/2009/03/25/quase-famosos/

A Fera do Rock

A Fera do Rock

Inspirado pela cinebiografia das Runaways, resolvi rever a cinebiografia de um dos meus artistas preferidos, A Fera do Rock, que conta a vida de Jerry Lee Lewis, que tinha o “simpático” apelido The Killer – “O Matador”.

Nos anos 50, o jovem pianista Jerry Lee Lewis é um aspirante a estrela deste novo estilo musical, o rock’n’roll. Ele consegue um contrato com Sam Philips, da Sun Records, gravadora que lançara Elvis Presley pouco antes, e alcança o sonhado sucesso. Mas seu estilo extravagante de viver atrapalha o estrelato.

Vou contar pra vocês que este filme me influenciou no estudo de piano. Se a vida pessoal de Lewis não foi motivo de orgulho, seu estilo de tocar piano é digno de se espelhar!

A Fera do Rock (Great Balls Of Fire, no original) foi baseado no livro escrito por Myra Lewis, a prima e esposa adolescente de Jerry Lee Lewis, e foi dirigido por Jim McBride em 1989. Desconfio que McBride seja um fã do Killer, afinal, seis anos antes ele fez outro filme que também citou Lewis: Breathless (aqui chamado de A Força da Paixão, pra lembrar outro filme com o mesmo ator protagonista, Richard Gere).

Dennis Quaid está excelente como Jerry Lee Lewis. Careteiro e exagerado, Quaid estudou piano para aparecer tocando no filme. Ok, existia um “dublê de mãos”, e todas as músicas foram regravadas pelo próprio Killer. Mas Quaid está lá, com as mãos no piano – ele até toca numa das músicas da trilha sonora! Winona Ryder, então com 18 anos, interpreta Mira, a prima adolescente de Lewis. Ela está ok, mas, pena, ela não parece de jeito nenhum ter 13 anos… Ainda no elenco, Alec Baldwin, John Doe, Stephen Tobolowsky e Trey Wilson.

Falei aqui em cima que o próprio Lewis regravou seus sucessos para o filme, né? Por um lado, isso foi muito legal, as regravações são muito boas, o disco da trilha sonora é sensacional (tocou muito na minha vitrola!). Mas isso trouxe um problema para o filme: a voz de Quaid não é igual à de Lewis. Em algumas cenas, como o show na Inglaterra, ficaram esquisitas, com as duas vozes se alternando.

O filme mostra o início, a ascençao e a queda de Lewis. Outro problema é que o fim do filme é muito deprê, acho que um filme sobre uma das estrelas do rockabilly poderia ser mais pra cima…

Mesmo assim, A Fera do Rock é obrigatório para os fãs de rock!

The Runaways

The Runaways

The Runaways foi uma banda americana dos anos 70 que, apesar de não ter feito muito sucesso, foi importante por ser uma banda só de meninas num cenário ainda muito machista.

Escrito e dirigido pela estreante em longas Floria Sigismondi, o filme conta a história de como a banda começou. O foco maior fica na guitarrista Joan Jett (Kristen Stewart) e na vocalista Cherie Currie (Dakota Fanning).

A primeira metade de The Runaways é interessante, apesar de não ser nada de inovador – já vimos esta coisa de bastidores de bandas de rock em outros filmes melhores, como Quase Famosos. Vemos como as meninas, com a ajuda de seu empresário, viraram um fenômeno.

Mas o resultado final fica devendo. Pelo filme, parece que a banda acabou logo depois de assinar o contrato para o primeiro disco. Mas, na verdade, a banda durou 4 anos e lançou 3 discos… O filme funciona quando fala da gênese da banda, mas falha quando a banda amadurece. De repente, do nada, o filme acaba. Será que originalmente era pra ser mais longo?

O filme tem outra falha, ao focar apenas em Joan Jett e Cherie Currie. Cadê a Lita Ford? Acredito que Lita Ford hoje seja mais famosa que a Cherie Currie! Lita Ford teve uma discreta carreira solo nos anos 80, tendo inclusive o Ozzy Osbourne como parceiro. Mas, no filme, Ford (interpretada por Scout Taylor-Compton, do novo Halloween) é uma simples coadjuvante.

E Lita Ford não foi a única deixada de lado. A baterista Sandy West também tem pouco espaço, apesar de ser uma das duas Runaways originais (a outra é Joan Jett). E a baixista Robin, que se bobear não tem nenhuma fala no filme, é um personagem-compilação: várias baixistas que passaram pela banda foram sintetizadas em um único personagem.

O imdb explica o que aconteceu. Segundo o site, os produtores do filme conseguiram os direitos para falar sobre Jett, Currie, Sandy e o empresário Kim Fowley. Enquanto o filme foi baseado na autobiografia de Currie e produzido por Jett, Lita Ford e a baixista Jackie Fox nem foram procuradas. Houve uma tentativa de processo, e a história toda acabou com Fox sendo cortada do roteiro e Ford acompanhando apenas a sua personagem direto com a atriz Scout Taylor-Compton.

O elenco principal traz dois dos mais badalados nomes de jovens atrizes de hoje: Kristen Stewart e Dakota Fanning. O que é curioso é que ambas são famosas por motivos opostos: Fanning é uma excelente atriz que começou cedo e já tem um currículo extenso; Stewart, por outro lado, coleciona críticas ruins pelas suas péssimas atuações. E não é a primeira vez que elas estão juntas, Fanning entrou pro elenco da saga Crepúsculo a partir do segundo filme, Lua Nova.

Mas sabe que a Kristen Stewart não atrapalha aqui? Ela continua fraquinha como atriz, e aqui ainda está feia com o corte de cabelo imitando Joan Jett. Mas como o personagem mais exigido é o de Dakota, o resultado final não é ruim como em outros filmes. E Dakota arrebenta! O filme pode não ser lá grandes coisas, mas a atuação da ainda adolescente Dakota é digna de prêmios!

Aliás, ainda falando das duas protagonistas, preciso admitir que foi corajoso da parte de ambas fazer este filme. Drogas e lesbianismo fazem parte de seus papéis. Dakota, com 16 anos e Kristen, com 20, tinham carreiras mais comportadas até então (principalmente Kristen).

Ainda acho importante citar um nome no elenco. Michael Shannon está ótimo como o exagerado e caricato empresário Kim Fowley. Ele foi o responsável por reunir as garotas e ensiná-las a atitude punk que norteou a curta carreira da banda.

Aproveitarei este espaço para um comentário direcionado ao público brasileiro. A banda Runaways quase não tocou por aqui, talvez seja mais conhecida por ser a banda de onde saíram Joan Jett e Lita Ford – que, por sua vez, nem são nomes tão conhecidos (o público mais novo reconhecerá a música I Love Rock and Roll, sucesso solo de Jett – mas é porque Britney Spears regravou…). Fico me perguntando se lá fora as Runaways foram um nome relevante no cenário musical…

O filme já passou lá fora, mas achei que não tem cara de cinema brasileiro. Mesmo assim, segundo o imdb, chega aqui em 30 de setembro. Será que é para o Festival do Rio? Se pintar nas telas daqui, é pelo “star power” de seu elenco.

Última recomendação, para os fãs da série Crepúsculo: não vejam este filme, a não ser que queiram ver as estrelas dos seus filmes em papéis beeem diferentes!

Not The Messiah – Ao Vivo em Londres

Not The Messiah – Ao Vivo em Londres

Levei um susto quando vi num anúncio de site de dvds algo que parecia ser um novo filme do Monty Python. Corri e comprei para ver do que se tratava.

Na verdade, Not The Messiah não é um filme. É o registro de um espetáculo que aconteceu ano passado, na comemoração de 40 anos do grupo de humor inglês Monty Python. Um grande concerto no Royal Albert Hall, em Londres, com orquestra e coro, e várias participações especiais.

O espetáculo é uma versão musical do filme A Vida de Brian. Pra quem não viu o filme: Brian nasceu na manjedoura ao lado de Jesus Cristo e é confundido com Este ao longo de toda a sua vida – inclusive morre crucificado no fim. Tudo isso, claro, com o humor ácido e nonsense do genial e anárquico grupo inglês.

Claro que este Not The Messiah não é tão engraçado, afinal, e um musical e não uma comédia. E quase todas as piadas aqui são tiradas dos filmes. Sim, como homenagem é muito legal. Mas não espere piadas novas!

Mais legal que as homenagens são as participações especiais. Quatro dos cinco ex-Pythons vivos estão presentes (Graham Chapman morreu em 1989). Eric Idle é o principal narrador e está no palco quase o tempo todo; Michael Palin faz alguns papéis; Terry Jones canta uma música; e Terry Gilliam faz uma curta e engraçadíssima ponta. E ainda tem espaço para Carol Cleveland e Neil Innes, coadjuvantes em vários momentos da carreira do grupo.

(Me pergunto onde estava John Cleese, logo o ex-Python com a mais prolífica carreira como ator. Segundo o imdb, ele está envolvido em dois filmes no momento. Será que não dava pra voltar pra Londres por uma noite pra participar do show? Ou será que ele brigou com os outros?)

Os quatro solistas, William Ferguson, Shannon Mercer, Rosalind Plowright e Christopher Purves, são excelentes cantores, mas, como comediantes, deixam a desejar. Já a orquestra, regida por John Du Prez, traz várias inovações criativas e bem-humoradas, como acessórios usados pelo coro, ou então instrumentos não usuais em uma orquestra, como gaitas de foles ou o “momento mariachi”.

Me parece que a maior parte das músicas é inédita. Mas ainda tem espaço para clássicos “pythonianos” como “Always Look At The Bright Side Of Life” e “Lumberjack Song”.

Not The Messiah não é para todos, acho que só os fãs de Monty Python vão curtir. Para quem ainda não conhece, veja primeiro o filme A Vida de Brian!

A Rosa

A Rosa

Já falei aqui no blog que gosto de filmes com bandas de rock, né? E também curto rock dos anos 70. Por isso, precisava ver A Rosa.

A temperamental e explosiva Mary Rose Foster é uma cantora famosa, com problemas com álcool e drogas. Ela quer tirar férias, mas seu empresário não deixa, alegando compromissos profissionais, incluindo um grande show em sua cidade natal.

Dirigido por Mark Rydell em 1979, A Rosa foi inspirado na vida da cantora Janis Joplin. Inclusive, inicialmente o filme se chamaria Pearl, apelido de Janis. Mas, quando Bette Midler se aproximou do projeto, ela sugeriu mudanças no roteiro. Sendo assim, o filme é inspirado, mas não traz fatos exatos da vida de Janis.

Midler não só palpitou no roteiro, como se entregou de corpo e alma ao papel. E foi recompensada por isso, foi a sua primeira indicação ao Oscar de melhor atriz (em 1991 ela foi novamente indicada; não ganhou nenhuma das duas vezes).

Midler não é o único nome que está bem. Outros dois nomes se destacam no elenco: Alan Bates como o empresário, e Frederic Forrest como um motorista / namorado (aliás, é curioso ver que Forrest em 1979 era a carra do Joseph Gordon-Levitt hoje em dia!). Harry Dean Stanton faz uma ponta como uma estrela country, e David Keith faz um pequeno papel como um militar que entra na entourage de Rose.

Não encontrei informações sobre a banda que acompanha Rose. Mas heu chutaria que são músicos de verdade, e não atores interpretando músicos. Nos palcos, as músicas parecem tocadas por gente que sabe o que faz!

O fato de se tratarde um filme inspirado em Janis Jopin é um certo spoiler. Infelizmente, sabemos que o fim do filme não será feliz…

Trata-se de um filme de mais de 30 de idade. O filme ficou um pouco envelhecido, mas ainda é uma boa opção para os que gostam do gênero.

Todos Dizem Eu Te Amo

Todos Dizem Eu Te Amo

Sim, Woody Allen já fez um musical! E, apesar de ser um musical, continuou a ser um típico “filme do Woody Allen”.

Em Todos Dizem Eu Te Amo (Everyone Says I Love You no original), acompanhamos uma grande família da alta classe de Nova York. A história não importa muito, o que é legal é aqui são os vários ótimos personagens interpretados por grandes atores, em situações bem “woodyallenianas”, com direito a todas as neuroses presentes em todos os seus filmes.

Como disse antes, é um musical. Como numa grande homenagem, Allen quis fazer um musical à moda antiga, daqueles onde o ator, no meio de um diálogo, pára de falar e começa a cantar e dançar, e as pessoas em volta o acompanham numa coreografia. Mas o detalhe legal aqui é que os atores não foram escolhidos pelos seus dotes líricos! Ou seja, nem todos cantam bem…

(Aliás, rola uma história interessante sobre isso: Allen só dizia para os atores que se tratava de um musical depois deles assinarem o contrato!)

Independente de cantar bem ou não, as cenas musicais são ótimas. Algumas das coreografias são muito legais, como a do hospital, a da funerária ou a da loja de jóias (com direito a Edward Norton sapateando!). E, last but not least, o número musical com Goldie Hawn flutuando é belíssimo!

O elenco é ótimo: Alan Alda, Goldie Hawn, Woody Allen, Julia Roberts, Edward Norton, Drew Barrymore, Natasha Lyonne, Natalie Portman, Lukas Haas, Tim Roth… Tem até um Billy Crudup novinho fazendo um papel pequeno. Se posso apontar um defeito, heu diria que Woody Allen está velho demais para o seu papel. Não me entendam errado, ele está bem interpretando ele mesmo (como sempre, aliás) – só que, na época do filme, ele estava com 61 anos, o que tornou estranho ele ter filhas adolescentes e se envolver romanticamente com uma Julia Roberts então com 29 anos. Não seria melhor se ele tivesse uns 15 anos a menos?

O nome Todos Dizem Eu Te Amo foi tirado de um diálogo do filme Os Gênios da Pelota, dos Irmãos Marx, que também são homenageados com duas músicas tiradas de outros filmes (Os Quatro Batutas e Os Galhofeiros) e ainda um dos números musicais. Pena que Groucho Marx não está mais vivo para poder ver a homenagem…

Escola de Rock

Escola de Rock

Um guitarrista frustrado, demitido de sua banda de rock, acidentalmente vira professor de música para uma turma de crianças numa escola conservadora. Surpreendentemente, as coisas dão certo…

Escola de Rock é um filme leve e divertido, que funciona perfeitamente com a canastrice do careteiro Jack Black. Black é caricato, mas é um cara rock’n’roll. E aqui, como um professor não convencional, esta caricatura deu certo. O resto do elenco ainda conta com Joan Cusack, Sarah Silverman, Adam Pascal e Mike White (que também escreveu o roteiro). Isso sem contar com o bom elenco infantil.

A produção do filme foi muito feliz na escolha do elenco infantil. As crianças realmente tocam os instrumentos! Uma das opções do dvd é ouvir os comentários das crianças. É engraçado ouví-las falando que o Jack Black toca mal!

Tem outra coisa legal nos extras do dvd. Escola de Rock foi dirigido por Richard Linklater, o mesmo de Dazed and Confused (Jovens, Loucos e Rebeldes aqui no Brasil). Dazed and Confused é o nome de uma música do Led Zeppelin, e o grupo na época não autorizou o uso de suas músicas na trilha sonora do filme. Pois bem, agora, Jack Black montou um vídeo com centenas de fãs pedindo para usar The Immigrant Song. A ideia deu certo, o Led Zeppelin autorizou, e o vídeo está nos extras do dvd!

Os mais sérios vão dizer que o filme é bobo. Ok, é meio bobo sim, mas heu achei muito divertido. É como dizem os Rolling Stones: “it’s only rock’n’roll, but I like it!”