Hairspray

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Hairspray

Em 88, John Waters dirigiu Hairspray, a história de uma gordinha que quer aparecer num programa de dança na tv, em Baltimore, nos anos 60.

Apesar de ser John Waters, que antes fez os bizarros Polyester e Pink Flamingos, este filme nem era tão esquisito. Mas ainda estava um pouco longe do mainstream, claro.

Anos depois, criaram uma versão teatral na Broadway. E, quando anunciaram a refilmagem, achei que deveria ser baseada na peça, que deve ser um pouco mais suave do que o estilo “John Waters”…

Logo que vi o elenco, vi que o novo filme prometia remeter ao antigo: John Travolta estava escalado para interpretar a mãe da personagem principal. Sim, a mãe, papel que no original foi do travesti Divine! Viva!

E realmente, o filme é sensacional! Um dos melhores musicais que ja vi!

O clima do filme me lembrou muito A Pequena Loja dos Horrores, o meu musical preferido. Tudo é cliche, tudo é caricato, tudo é exagerado, mas de uma maneira exageradamente deliciosa.

Tracy Turnblad (a estreante Nikki Blonsky) é uma garota baixinha e gordinha que sonha aparecer no programa de tv The Corny Collins Show, mas tem problemas devido ao seu visual fora dos padrões.

A gente pode se perguntar por que usar o John Travolta como a mãe de Tracy. Será que não era melhor usar uma atriz? Logo vemos que não! Quase 30 anos depois de despontar como símbolo sexual justamente dançando em seus filmes, Travolta faz uma gordíssima mãe (eram 4 horas pra colocar toda a maquiagem), e que, tímida, sempre dança discretamente, até “soltar a franga” na cena final. Completam o elenco nomes como Christopher Walken, Michelle Pfeiffer, Queen Latifah, James Marsden (sim, o Cíclope de X-Men canta e dança!) e o novo namoradinho da América, Zac Efron, de High School Musical. Curiosidades cameo: o exibicionista que aparece na cena inicial é o proprio John Waters; e uma das agentes que assiste o show final é ninguém menos que Ricki Lake, que interpretou Tracy Turnblad na versão de 88.

As músicas são muito, muito boas! E, de quebra, é um filme contra o preconceito, sem ser panfletário e politicamente correto. Aliás, passa longe do PC quando mostra clichês como a detenção da escola, que só tem jovens negros, que ficam treinando danças novas, com muito mais swing que as dançadas pelos brancos…

A Pequena Loja dos Horrores

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A Pequena Loja dos Horrores

Antes de falar do filme certo, vou começar falando de algumas décadas antes…

Nos anos 50 e 60, um diretor chamado Roger Corman ficou famoso por fazer muitos filmes de terror de baixo orçamento. Eram vários por ano! Um dos casos é famoso: em 63, ao ter um “grande” orçamento para filmar O Corvo, baseado em Edgar Allan Poe, ele aproveitou partes do cenário e do elenco e fez outro filme, O Terror, em apenas 4 dias. Não satisfeito, ele filmou um prólogo como se fosse alguém contando uma história, e incluiu o que já tinha filmado, criando um terceiro filme! Perder dinheiro era algo que ele não sabia fazer!

Bem, no meio de tanta coisa, pouco se aproveitava. Roger Corman é considerado genial até hoje, mas a qualidade da maioria dos seus filmes é questionável…

Um de seus filmes, A Pequena Loja dos Horrores, mostrava uma planta carnívora alienígena que mudava a vida de um pacato funcionário de uma floricultura. Uma curiosidade sobre esse filme: um jovem Jack Nicholson fazia um pequeno papel como um paciente masoquista de dentista sádico!

Bem, anos se passaram, e criaram uma versão musical pra esse filme, no teatro Off-Broadway.

Até que (enfim!) chegamos a 1986, data de lançamento do filme do qual estou falando. Uma versão da peça de teatro que por sua vez era uma versão do filme de terror B!

A Pequena Loja dos Horrores de 1986, claro é um musical. Dirigido por Frank Oz, um dos criadores dos Muppets (e criador do boneco e da voz do Yoda!), conta a história de um funcionário de uma floricultura, um típico “loser”, que tem sua vida mudada, quando encontra uma planta diferente e especial. Aos poucos, descobre que a planta se alimenta de sangue, e que ela veio de outro planeta.

O elenco é perfeito! Rick Moranis era o perfeito “loser” dos anos 80, época que fez papéis semelhantes em Os Caçafantasmas, Querida, encolhi as crianças, S.O.S. – tem um louco solto no espaço, e vários outros. E não é que aqui ele até canta? Ellen Greene, como Audrey, foi “reaproveitada” do elenco do musical, e impressiona quando solta o vozeirão. Steve Martin está perfeito como o dentista sádico. Vincent Gardenia faz o dono da floricultura, e o filme ainda conta com participações de John Candy, James Belushi e Bill Murray. E, last but not the least, temos Levi Stubbs, a voz principal do grupo Four Tops, como a voz da planta!

A planta! Audrey 2, como é chamada, é um espetáculo à parte. Numa época sem efeitos computadorizados, a planta cresce, se movimenta, pula, fala e canta! Os movimentos labiais são perfeitos! Audrey 2 fez o filme concorrer ao Oscar de melhores efeitos especiais – na época se falava que era o “monstro de Hollywood” mais perfeito desde E.T.!

Outra coisa a ser destacada no filme é a direção de arte. O filme tem um maravilhoso visual kitsch. É exagerado de propósito – o filme é todo feito em estúdio, com cenários caricatos. Se formos analisar, o filme é extremamente bem feito, apesar de parecer extremamente vagabundo.

E, claro, as músicas são sensacionais. Recomendo esse filme para qualquer fã de cinema. Mesmo aqueles que não gostam de musicais.

Quarentena

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Quarentena

Antes de começar: pra quem não sabe, essa é a refilmagem americana do espanhol REC, um dos melhores filmes dos últimos anos.

Como é uma refilmagem, quase cena a cena, e bem recente, a comparação é inevitável. E a primeira pergunta é: vale a pena ver esse, ou o original é melhor?

Claro que o espanhol é melhor. Mas esse até que não é uma total perda de tempo. Tem seus pontos positivos…

Vamos à comparação. REC é melhor porque:

– Veio antes, ora! É, portanto, mais original!

– A idéia de se fazer um “reality cinema”, de se fingir que isso tudo realmente aconteceu, funciona melhor quando não conhecemos os atores. A versão hollywoodiana é cheia de rostos quase famosos, a começar por Jennifer Carpenter, de Dexter. Tem até o croata Rade Serbedzija, de Missão Impossível 2, Snatch, Eurotrip, 24 Horas

– A versão original enrola menos o início. Na refilmagem, as cenas dentro do quartel de bombeiros são looongas…

– A Angela Vidal espanhola é bem mais bonitinha que a americana… 🙂

Mas, por outro lado, Quarentena vale a pena porque:

– As imagens me pareceram mais claras. O público que gosta de ver detalhes vai apreciar mais essa versão. É como se a câmera americana tivesse uma imagem melhor que a espanhola…

– Apesar de ser uma cópia, consegue manter bem a tensão proposta no filme original.

Agora o que achei estranho é que a refilmagem tenta explicar algumas coisas que são propositalmente deixadas de lado no original. Ao longo do filme, ficamos sabendo mais ou menos o que acontece, de uma maneira mais clara que antes. Mas na parte final, a “parte escura” do filme, tem um monte de explicações importantes no original que foram deixadas de lado na refilmagem. Estranho isso. Só se for pensando em Quarentena 2. O que, aliás, é a cara de Hollywood…

O Dia em que a Terra Parou

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O Dia que a Terra Parou

Apesar da crítica, de um modo geral, ter detonado o filme,  sabe que gostei? Não vi o original – se vi, não me lembro. Então não posso comparar. Mas, pensando como um filme novo, funciona.

Um alienígena acompanhado de um imenso robô chegam à Terra. Sua missão? Avisar que ele está aqui para salvar o planeta. Mesmo que, para isso, seja necessário o extermínio da raça humana.

Jennifer Connelly é a cientista que ajuda o alienígena. Keanu Reeves interpretando Klaatu, um alienígena sem emoções, foi uma boa sacada. A ponta do John Cleese foi bem legal. Achei a Kathy Bates sub-aproveitada, acho que seria melhor um homem naquele papel, mas não chega a incomodar. A bola fora no elenco é Jaden Smith, o filho de Will Smith, como o enteado da Jennifer Connelly. O garoto é muito chato. E não gostei do excesso de merchandising – o que foi aquele close no copo de café do MacDonald’s???

Mesmo assim, a tensão inicial é interessante e os efeitos são eficientes. Quem não for muito exigente pode curtir o filme na boa. Pelo menos atá a parte final…

SPOILERS ABAIXO!
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SPOILERS ABAIXO!
SPOILERS ABAIXO!
SPOILERS ABAIXO!

O fim é totalmente incoerente. A Jennifer Connelly passa o filme inteiro tentando convencer o Keanu Reeves a dar uma segunda chance pros humanos. E quando ele concorda em fazer alguma coisa, eles são bombardeados pelo exército!

Se o filme tivesse um pouquinho de coerência, isso seria o argumento final pra acabar com a raça humana.

Mas… não! Ele vai embora e deixa todos vivos! Ora bolas, qual seria a interpretação militar pra isso? “O bombardeio deu certo!”

O fim correto seria morrer todo mundo. Nem todo bom fim precisa ser feliz…

A Cidade dos Amaldiçoados

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A Cidade dos Amaldiçoados

De repente, todas as pessoas de uma cidadezinha dos EUA desmaiam. Ficam desmaiadas por seis horas. Dias depois, descobrem que várias mulheres na cidade engravidaram nesse dia.

Na verdade, este pequeno clássico de John Carpenter, lançado em 1995,  é uma refilmagem de um filme homônimo dos anos 60. Não vi o original, então não posso comparar. Mas esse é muito legal!

A idéia básica é aquela “paranóia de medo do comunismo”, que assolava os filmes de ficção científica dos pós guerra. Pessoas “diferentes”, que vieram pra “tomar conta da sociedade e acabar com o american way of life”. Perfeito prum bom filme B, o que aliás é a cara do John Carpenter. O tema é bom,  já rendeu ótimos filmes, inclusive outro do John Carpenter, “Eles Vivem”.

O elenco é recheado de atores que andam sumidos: Kirstie Alley, Linda Kozlowski, Mark Hamill… E o ator principal é o eterno Superman Christopher Reeve , em seu último filme antes do acidente que o deixou paralítico (na verdade, esse morreu, não sumiu).

Tem uma boa curiosidade no elenco: David, o garotinho que “não tem par”, cresceu, e hoje é o John Connor da série Terminator – Sarah Connor Chronicles!

Halloween – O Início

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Halloween – O Início (2007)

Semana passada falei da origem do Leatherface, o assassino serial da série Texas Chainsaw Massacre. E hoje é dia da origem de Michael Myers, da série Halloween!

Na verdade, esse não é um filme inteiramente novo, como o da semana passada. Esse é uma refilmagem do original de 78, dirigido pelo mestre John Carpenter, e estrelado por Jamie Lee Curtis e Donald Pleasance.

Aliás, cabe aqui um comentário: durante os anos 80, Jason Vorhees, de Sexta Feira 13, ficou mais famoso; pouco depois surgiu Freddy Krueger, de A Hora do Pesadelo, que também ficou muito famoso. Mas o primeiro assassino deste estilo é o Michael Myers! Halloween foi o primeiro filme neste estilo assassino-morto-vivo-que-sempre-volta-na-cena-final-pra-justificar-a-continuação!

Confesso que não vejo o filme de John Carpenter já faz um tempo, então não posso comparar esta refilmagem com o original. Mas posso dizer que a refilmagem funcionou.

Rob Zombie tem se mostrado um cara legal com sua carreira cinematográfica. Sim, é aquele mesmo cara, da banda White Zombie. Não sei ele continua sendo músico, mas acertou a mão na sua “nova profissão”. Particularmente, heu prefiro o Zombie diretor… Em 2003, Zombie fez The House of 1000 Corpses, e dois anos depois pegou mais pesado com Rejeitados pelo Diabo. E agora anuncia Tyranossaurus Rex pro ano que vem. A carreira desse cara promete…

Este novo Halloween pega uma onda muito usada atualmente em Hollywood, de recriar as histórias dos filmes, incluindo as origens dos personagens, em vez de simplesmente refilmá-los. Tivemos isso com Batman, com 007 (Cassino Royale)… E aqui funciona bem: Zombie cria um histórico familiar interessante pro pequeno Michael quando tinha 6 anos.

Depois de assassinar brutalmente meia dúzia de pessoas, o garoto é internado, e tratado pelo Dr. Loomis. Se no original era o Donald Pleasance, agora temos Michael McDowell! E McDowell sabe como se portar num filme desses – felizmente!

O resto da história é o previsível. A “maturidade” do assassino Michael Myers. E aqui, mais uma vez, a forma vale mais que o conteúdo. Zombie realmente tem talento pra isso.

Uma cena achei particularmente arrepiante: já adulto, Michael volta para a casa onde morou e acha a faca e a máscara que usou quando criança. E quando coloca a máscara – “a” máscara! – toca aquele teminha clássico. Me lembrei do Star Wars ep. III, quando Darth Vader coloca a máscara e respira artificialmente pela primeira vez!

Bom filme. Recomendo!

The Texas Chainsaw Massacre: The Beginning

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The Texas Chainsaw Massacre: The Beginning

Recentemente descobri esse filme de 2006. Comi mosca na época do lançamento, não sei se passou nos cinemas por aqui, tampouco sei se saiu em video / dvd.

Bem, como de uns tempos pra cá o torrent é o melhor amigo do cinéfilo underground…

A idéia é interessante: mostrar como surgiu Leatherface e sua família de loucos assassinos.

Um bebê deformado é jogado no lixo, e acolhido pela família de uma mendiga. Através de flashs, sabemos que a criança tem problemas na infância, mas cresce e trabalha no matadouro local.

Corta para dois irmãos, jovens, que foram convocados para lutar no Vietnã (o filme se passa em 1969), e estão indo se apresentar, acompanhados das respectivas namoradas.

O resto, qualquer um que conhece filmes de terror pode adivinhar…

O que esse filme tem de interessante pra valer a pena ser visto? Uma coisa achei bem interessante: Leatherface é mostrado mais como um doente mental do que um assassino malvado. Aliás, quem é realmente mau é seu tio adotivo, o xerife Hoyt. Ou seja, é uma tentativa de explicar a complexa personalidade de um dos mais famosos assassinos seriais do cinema.

E além disso temos a quase carioca Jordana Brewster no papel principal…