Vingança

VingançaCrítica – Vingança

Sinopse (imdb): Nunca leve sua amante para uma escapada anual entre amigos, especialmente uma dedicada à caça – uma lição violenta para três homens ricos e casados.

Vamos de filme francês ultra violento?

A trama de Vingança (Revenge, no original) é batida: mulher estuprada sai atrás de vingança. A gente já viu isso várias vezes. Mesmo assim, a roteirista e diretora Coralie Fargeat conseguiu um bom resultado com seu longa metragem de estreia.

Ok, reconheço que o roteiro tem algumas coisas bem forçadas – ela dificilmente sobreviveria àquela queda, e o lance de queimar a árvore não me convenceu. Mas se a gente se desligar desses “detalhes”, temos um filme muito bem conduzido. O filme é tenso, e as cenas de gore são muito boas.

Parágrafo à parte para falar do gore. A cena da caverna é bem forte, e a cena do caco de vidro no pé vai fazer o espectador se contorcer na poltrona. E a cena final tem tanto sangue que, segundo o imdb, faltou sangue artifical na produção. E digo mais: não é só o gore propriamente dito, algumas cenas são filmadas de modo a causar desconforto – como uma cena onde um personagem mastiga uma simples barra de chocolate.

Vingança foi escrito e dirigido por uma mulher, e mesmo assim explora bastante o corpo da protagonista Matilda Lutz – tem pouca nudez dela, mas ela passa quase todo o filme com pouca roupa. Pra compensar, o principal Kevin Janssens aparece completamente nu durante a longa cena final, que começa com um impressionante plano sequência e termina com muito, muito sangue. Ainda no pequeno elenco, Vincent Colombe e Guillaume Bouchède.

(É curioso ver um filme assim nos dias de hoje, quando muito tem se falado sobre assédio e objetificação do corpo feminino. Acho que se fosse um diretor homem, Vingança seria muito criticado.)

Boa opção que deve entrar em circuito dia 31.

Desejo de Matar (2018)

Desejo de MatarCrítica – Desejo de Matar (2018)

Sinopse (imdb): Dr. Paul Kersey é um cirurgião experiente, um homem que passou sua vida salvando vidas. Depois de um ataque à sua família, Paul embarca em sua própria missão por justiça.

Uma das mais famosas franquias de vingança da história do cinema é Desejo de Matar original, que teve cinco filmes entre 1974 e 94, todos estrelados por Charles Bronson. Mas seu conceito básico perde força nos atuais dias politicamente corretos, com a grande discussão sobre os direitos humanos.

Mesmo sabendo que provavelmente a ideia não ia funcionar, heu tinha uma boa expectativa pelo filme, pelo trio ator (Bruce Willis) / roteirista (Joe Carnaham) / diretor (Eli Roth). Bruce Willis é Bruce Willis, não precisa de apresentação. Joe Carnaham escreveu e dirigiu a versão para cinema de Esquadrão Classe A. E Eli Roth ficou famoso com O Albergue, e também dirigiu Cabin Fever, Bata Antes de Entrar e Canibais. Taí, quero ver um projeto reunindo estes três nomes.

A premissa abria espaço para a discussão sobre prós e contras do vigilantismo e do controle de armas, mas o filme não se aprofunda nisso. Temos algumas coisas interessantes, como a visita à loja de armas, ou o protagonista aprender a usar armas através de vídeos no youtube, e também acompanhamos trechos de debates em rádios. Mas o filme não vai por esse caminho. Desejo de Matar só funciona se for encarado como “apenas mais um filme de ação”.

(Pelo menos uma cena é bem legal: quando a tela é dividida e, ao som de AC/DC, o protagonista aprende a usar armas enquanto trabalha como médico.)

No elenco, além de Bruce Willis, Desejo de Matar conta com Vincent D’Onofrio, Elizabeth Shue, Camila Morrone, Dean Norris e Kimberly Elise. Ah, e Desejo de Matar não é terror, mas, tendo Eli Roth na direção, o filme tem espaço pra um pouco de gore.

Enfim, como disse lá em cima, apenas mais um filme de ação genérico.

p.s.: Por uma coincidência dos títulos brasileiros, vai ter gente confundindo as franquias, e vai achar que este é um novo Duro de Matar…

A Noite do Jogo

a-noite-do-jogoCrítica – A Noite do Jogo

Sinopse (imdb): Um grupo de amigos que se reúne regularmente para as noites de jogos se vê envolvido em um mistério da vida real.

Sabe quando um filme se propõe a ser apenas uma boa diversão – e consegue?

A Noite do Jogo (Game Night, no original) junta alguns bons atores numa comédia cheia de situações limite. E consegue algo que nem toda comédia consegue: o filme é engraçado. E com uma vantagem: sem precisar usar humor de baixo calão!

O clima me lembrou Depois de Horas, do Scorsese, onde Griffin Dunne se mete em uma roubada atrás da outra. Aqui, quase toda a ação se passa em uma única noite, e o espectador é surpreendido por algumas viradas de roteiro.

A Noite do Jogo foi dirigido pela dupla John Francis Daley e Jonathan Goldstein, que dirigiram o reboot de Férias Frustradas e escreveram Homem-Aranha: De Volta ao Lar. A dupla manda bem no ritmo das gags, e ainda tem um bom plano sequência (que parece emendado por computador), na cena onde eles roubam o ovo.

O elenco é um trunfo. Rachel McAdams, Jason Bateman e Kyle Chandler mostram boa química e conduzem bem o filme, auxiliados pelos coadjuvantes Sharon Horgan, Billy Magnussen, Kylie Bunbury e Lamorne Morris, todos com características bem construídas. Jesse Plemons está excelente com seu personagem esquisitão. E ainda tem Jeffrey Wright, Michael C. Hall e Danny Houston em papéis menores.

A Noite do Jogo não vai mudar a vida de ninguém. Nem deve entrar em listas de melhores do ano. Mas provavelmente vai agradar quem quiser se divertir por duas horas no cinema.

7 Dias em Entebbe

7 dias em entebbeCrítica – 7 Dias em Entebbe

Sinopse (imdb): Inspirado pelos verdadeiros eventos do sequestro em 1976 de um voo da Air France em rota de Tel Aviv para Paris, e a mais ousada missão de resgate já tentada.

Filme novo do José Padilha sempre merece ser visto. Mesmo que isso traga um problema implícito: a inevitável comparação com os dois Tropa de Elite.

E, claro, 7 Dias em Entebbe (Entebbe, no original) é inferior aos Tropa

Uma coisa boa aqui é a visão “do outro lado”. Os dois protagonistas são terroristas, o que acaba levando o espectador a ver os lados opostos do conflito. Mas por outro lado, o filme demora a engrenar. E achei que falta carisma aos personagens. Gosto do Daniel Bruhl, mas aqui ele está burocrático; e Rosamund Pike faz cara de paisagem o filme inteiro.

O ponto alto do filme é o resgate. Não gosto de dança contemporânea, mas reconheço que a edição da ação militar intercalada com a dança ficou muito boa. Taí uma cena que vale o ingresso.

Mas, no geral, é um filme apenas morno. Vale mais rever os Tropa.

Gringo: Vivo ou Morto

GringoCrítica – Gringo: Vivo ou Morto

Sinopse (imdb): Uma comédia sombria misturada com uma ação jocosa e uma intriga dramática, explora a batalha da sobrevivência do empresário Harold Soyinka, quando ele se vê cruzando a linha do cidadão cumpridor da lei para o criminoso procurado.

O elenco chama a atenção. Será que o filme faz jus aos bons atores?

Gringo: Vivo ou Morto (Gringo, no original) é uma daquelas comédias de ação com vários personagens, alguns núcleos diferentes e algumas reviravoltas no roteiro. Isso pode gerar um bom filme – desde que bem escrito e bem conduzido.

O diretor é Nash Edgerton, irmão do protagonista. Não sei se a culpa foi dele, ou do roteiro, ou, mais provável, de ambos, mas o problema é que temos um filme que não engrena.

Gringo: Vivo ou Morto vale pelo elenco. Charlize Theron está ótima como a fria executiva, a gente vê que ela não vale nada, e mesmo assim somos seduzidos por ela. Sharlto Copley também está bem, como sempre, mas seu papel é pequeno. Joel Edgerton e David Oyelowo estão apenas ok. Amanda Seyfried tem um papel meio besta, mas a culpa é do roteiro. Thandie Newton também sofre com um papel muito secundário. Ah, o executivo seduzido pela Charlize é Alan Ruck, o amigo do Ferris Bueller! Ainda no elenco, Harry Treadaway, Paris Jackson, Carlos Corona e Yul Vazquez.

Gringo: Vivo ou Morto não é ruim mas, no fim, fica aquela sensação que podia ter sido bem melhor…

O Segredo de Marrowbone

MarrowboneCrítica – O Segredo de Marrowbone

Sinopse (imdb): Um jovem e seus três irmãos mais novos, que mantiveram em segredo a morte de sua amada mãe para permanecerem juntos, são atormentados por uma presença sinistra na enorme mansão em que vivem.

Terror espanhol é sempre bem-vindo aqui no heuvi!

O Segredo de Marrowbone (El secreto de Marrowbone, em espanhol; Marrowbone, em inglês) é a estreia na direção de Sergio G. Sánchez, roteirista de O Orfanato e O Impossível, ambos dirigidos por J.A. Bayona. Se por um lado pode ter gente reclamando da semelhança entre Marrowbone e O Orfanato, por outro lado Sánchez demonstra boa mão para construir cenas de tensão. E quem me conhece sabe que aceito ideias repetidas, desde que bem filmadas. Ou seja: gostei do filme!

O Segredo de Marrowbone mantém um bom clima tenso ao longo do filme. A história é cheia de mistérios revelados aos poucos. E vou falar que o plot twist me pegou desprevenido!

Outra coisa bem legal aqui é o elenco. Temos quatro novos nomes hollywoodianos conduzindo o filme: Anya Taylor-Joy (A Bruxa, Fragmentado), Mia Goth (A Cura, Ninfomaníaca), George MacKay (Capitão Fantástico) e Charlie Heaton (Stranger Things). Além deles, O Segredo de Marrowbone conta com Matthew Stagg, Nicola Harrison e Kyle Soller Kyle Soller. Sim, a produção é espanhola. mas o filme é falado em inglês.

O Segredo de Marrowbone não é um filme essencial, mas está bem acima da média.

Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

Vingadores Guerra Infinita 2Vingadores: Guerra Infinita – COM SPOILERS!

A crítica convencional está aqui. Este segundo texto é porque quero comentar coisas spoilerentas, e não quero estragar o programa de ninguém.

Então, vamos aos avisos de spoilers!

SPOILERS!

SPOILERS!

SPOILERS!

Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que Vingadores: Guerra Infinita é um filme corajoso. Muito se fala da mania ruim de não se matar personagens em filmes de super heróis. Claro, o personagem tem que voltar para a(s) continuação(ões). Isso gera uma previsibilidade chata.

Felizmente Vingadores: Guerra Infinita tomou outro caminho. Logo na primeira cena, temos a morte de dois personagens importantes, Heimdal e Loki. Sou fã do Loki, e mesmo assim bato palmas pela decisão de sacrificar um personagem para a história seguir em frente.

Essas não são as únicas mortes de personagens importantes, ainda tem a Gamora e o Visão. Esses são eventos dentro da narrativa do filme.

E aí temos aquele fim que deixou os fãs com o coração na boca, com a morte de vários heróis. Sobre isso, tenho dois comentários, um passional, outro racional. O passional é que fiquei muito triste pelo Groot, meu personagem favorito.

Agora, analisando friamente, por todo o plano da Marvel nos últimos dez anos, a gente podia acreditar que isso podia ser pra renovar o elenco. Mas isso se tivessem morrido outros personagens! Já tivemos o Homem de Ferro em oito filmes, e o Capitão América e o Thor em seis cada um. Mas eles ficaram vivos, enquanto personagens mais recentes no MCU se foram – como Pantera Negra e Homem Aranha (três filmes) e Doutor Estranho (dois filmes).

Como mataram os personagens “errados”, isso é quase uma certeza que os personagens vão voltar – e aí questiono aquele “corajoso” que falei no início início do texto. Não vou falar mal antes de ver o filme novo, mas posso dizer que isso desanimou um pouco. Vingadores: Guerra Infinita continua excelente, um dos melhores filmes de super heróis de todos os tempos – mas tô com o pé atrás para a continuação. Espero ser surpreendido positivamente…

Ah, só mais um comentário: o Thor é “o cara”!

Vingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Vingadores Guerra InfinitaVingadores: Guerra Infinita (sem spoilers)

Sinopse (imdb): Os Vingadores e seus aliados devem estar dispostos a sacrificar tudo em uma tentativa de derrotar o poderoso Thanos, antes que sua explosão de devastação e ruína ponha fim ao universo.

E a Marvel conseguiu!!!

Vamos a um pequeno resumo para aqueles que estiveram desligados do mundo nos últimos anos. Dez anos atrás, em 2008, a Marvel lançou o primeiro Homem de Ferro, que tinha uma cena pós créditos onde aparecia o Samuel L. Jackson falando da “Iniciativa Vingadores”. A partir daí, tivemos 18 filmes, independentes entre si, mas todos inseridos no mesmo universo cinematográfico. E agora, dez anos depois, temos o início do desfecho da primeira parte deste universo – juntando (quase) todos os personagens até agora.

O plano da Marvel é algo tão impressionante que certamente virará “case” de sucesso a ser estudado no futuro. Vale lembrar que, dez anos atrás, as “marcas” Homem de Ferro e Capitão América eram muito inferiores a Batman e Superman, seus correspondentes na rival DC. Nunca acompanhei esta rivalidade nos quadrinhos, mas posso afirmar que, no audiovisual, a DC estava bem à frente, com as reprises do Batman barrigudo dos anos 60, o desenho animado da Liga da Justiça e os filmes do Superman com o Christopher Reeve. Hoje já não dá pra saber, mas aparentemente os personagens da Marvel valem mais que os da DC.

Isso falando do universo “cultura pop”. Porque, no cinema, A Marvel está léguas à frente. E Vingadores: Guerra Infinita comprova isso.

Vamos ao filme? Dirigido pelos mesmos irmãos Russo de Soldado Invernal e Guerra CivilVingadores: Guerra Infinita (Avengers: Infinity War, no original) consegue algo difícil: supera as expectativas – que já eram altas. Sim, caros leitores, este é possivelmente o melhor de todos os filmes da Marvel até hoje. Quiçá o melhor filme de super heróis já feito!

Vingadores: Guerra Infinita tem um roteiro muito bem escrito. O filme é tenso, e, ao mesmo tempo, muito engraçado. Temos vários personagens “principais”, e o filme consegue dosar bem a importância e o tempo de tela de cada um – e ainda tem espaço para conhecermos um personagem novo. Cada personagem visto antes individualmente consegue manter sua identidade, e a reunião de vários heróis não soou forçada. A trama se divide em várias frentes, e nenhuma é menos interessante que as outras. E todas as lutas são criativas.

A parte técnica é um absurdo, como era de se esperar. O cgi do vilão Thanos é de cair o queixo (com trocadilho, por favor). O filme é colorido, vários mundos exóticos são bem retratados. A trilha sonora de Alan Silvestri consegue pegar a essência de cada herói.

O elenco traz quase todo mundo de volta – só o Gavião Arqueiro e o Homem Formiga não aparecem. Vingadores: Guerra Infinita conta com Robert Downey Jr., Chris Hemsworth, Mark Ruffalo, Chris Evans, Scarlett Johansson, Don Cheadle, Benedict Cumberbatch, Tom Holland, Chadwick Boseman, Zoe Saldana, Karen Gillan, Tom Hiddleston, Paul Bettany, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Idris Elba, Danai Gurira, Benedict Wong, Pom Klementieff, Dave Bautista, Gwyneth Paltrow, Benicio Del Toro, Josh Brolin, Chris Pratt, William Hurt, Vin Diesel, Bradley Cooper e Peter Dinklage, além, claro, da ponta de Stan Lee.

É complicado falar mais de Vingadores: Guerra Infinita sem entrar em spoilers, por isso vou escrever outro texto com spoilers liberados. Mas fica aqui o meu parabéns aos estúdios Marvel, que mostraram como fazer um universo cinematográfico de qualidade. E, claro, a recomendação: vá ao cinema!

Rampage: Destruição Total

RampageCrítica – Rampage: Destruição Total

Sinopse (imdb): Quando três animais diferentes são infectados com um patógeno perigoso, um primatologista e uma geneticista se unem para impedir que eles destruam Chicago.

Não escondo de ninguém que sou fã do Dwyane Johnson, o “The Rock”. Seu carisma é tão grande que ele é capaz de salvar um filme meia boca.

Infelizmente não foi o caso aqui.

Nunca joguei o videogame. Pelo que me disseram, o objetivo do jogo é apenas destruir a cidade. Difícil fazer um filme só com isso.

Dirigido por Brad Peyton, Rampage: Destruição Total (Rampage, no original) simplesmente não empolga – diferente do filme anterior do mesmo diretor, Terremoto: A Falha de San Andreas, que é igualmente cheio de clichês, mas pelo menos é divertido. O filme até começa bem, com uma breve introdução no espaço (que parece o fim do filme Vida), mas depois que a história chega na Terra, o filme fica sem graça. Pra piorar, os efeitos especiais nem sempre funcionam. Várias vezes o cgi falha.

Tem outra coisa, um detalhe, mas que achei muito tosco. São três criaturas. As duas que eram selvagens viram monstros; o gorila, único que conhecemos a história, só cresce, sem mudar as características físicas. Adivinha qual criatura que vira boazinha no fim? 😉

Sobre o elenco, repito: gosto do Dwyane Johnson – mas ele sozinho não foi o suficiente. Malin Akerman está muito canastrona. Também no elenco, Marley Shelton, Naomie Harris, Jeffrey Dean Morgan, Jake Lacy e Joe Manganiello – que era um lobisomem em True Blood, mas aqui virou um caçador de lobos.

Enfim, só mais um filme genérico de monstros gigantes.

Um Lugar Silencioso

um-lugar-silenciosoCrítica – Um Lugar Silencioso

Sinopse (imdb) – Uma família é forçada a viver em silêncio enquanto se esconde de criaturas que caçam pelo som.

Quando acabou a sessão de imprensa de Um Lugar Silencioso (A Quiet Place, no original), fiquei dividido. Por um lado, é um filme tenso e muito eficiente nessa proposta. Por outro lado, o roteiro tem falhas que dão raiva.

Vamos às qualidades. Um Lugar Silencioso sabe muito bem trabalhar a tensão. Poucas vezes lembro de um filme tão tenso nos últimos anos. O diretor John Krasinski (também ator principal) soube usar todo o silêncio proposto pela trama básica do filme para aumentar os momentos de nervosismo.

Com poucos diálogos, Um Lugar Silencioso explora mais os elementos visuais. Toda a ambientação deste mundo pós apocalíptico ficou muito boa. A boa trilha sonora de Marco Beltrami também ajuda. O pequeno elenco, liderado por uma inspirada Emily Blunt, também está bem. E as criaturas aparecem pouco, seguindo uma linha Alien de “menos é mais”.

O que enfraquece é o roteiro, que abusa de soluções preguiçosas. Sem entrar em spoilers, passei o filme inteiro me perguntando por que não fazer um quarto com isolamento acústico, em vez de ficar em silêncio dentro de casa. E, na boa, nenhum prego fica daquele jeito!

Mas, apesar do roteiro, gostei do resultado final. As qualidades superam os defeitos. Quem gosta de se arrepiar na cadeira do cinema vai curtir.