Dogma

Crítica – Dogma

Empolgado com estes Top 10 de entidades divinas, resolvi rever Dogma, um dos melhores filmes de Kevin Smith, um dos meus diretores favoritos.

Dois anjos banidos por Deus descobrem uma brecha nas regras e com isso querem voltar ao Paraíso. Mas se fizerem isso provarão que Deus não é infalível e toda a existência poderá ser destruída. Uma funcionária de uma clínica de aborto recebe a missão de tentar parar os anjos.

Dogma foi lançado em 1999. Na época rolava um “frenesi do fim do mundo”, por causa da virada do milênio (apesar da real virada ter sido entre 2000 e 2001). O filme foi comparado com filmes como O Sexto Dia ou Stigmata, apesar de ser uma comédia. Pelo menos Dogma não ficou datado, já que não falava especificamente da virada do milênio. Visto hoje, é uma divertida comédia apocalíptica.

Kevin Smith pode não ter muita fama como diretor de atores, mas é um gênio no que diz respeito a diálogos bem escritos. Aqui em Dogma ele tem uma história baseada em universo mais complexo do que seus filmes anteriores (O Balconista, Barrados no Shopping, Procura-se Amy). Pela primeira vez, ele usa personagens tirados de outra fonte – a bíblia. E Smith conseguiu: não só os diálogos são bem escritos, como os personagens adaptados da bíblia funcionam bem ao lado de seus personagens habituais.

O elenco é muito bom, talvez o melhor que já esteve à disposição de Smith. Ben Affleck e Jason Lee eram figuras constantes em seus filmes (estiveram em Barrados no Shopping e Procura-se Amy); e Affleck aqui repete a parceria com Matt Damon, que lhes rendeu Oscar de melhor roteiro dois anos antes, por Gênio Indomável. E o filme ainda tem Alan Rickman, Linda Fiorentino, Salma Hayek, Chris Rock, Janeane Garofalo, Guinevere Turner e uma divertida ponta da cantora Alanis Morrisete. E, claro, Jason Mewes e o próprio Kevin Smith mais uma vez como a dupla Jay e Silent Bob.

Falando em Jay e Silent Bob, tive saudades dos dois doidões. Entendo e respeito a decisão de Smith de seguir em frente com a carreira e abandonar a dupla – já foram três filmes sem os dois, Pagando Bem Que Mal Tem, Tiras em Apuros e Red State. Mas que a dupla, presente em seis filmes, era muito divertida, isso era!

Ainda tenho que falar da polêmica com a igreja católica que rolou na época. Os católicos mais radicais se sentiram ofendidos, já que Dogma mostra algumas figuras bíblicas em situações pouco convencionais. Mas, vendo o filme de cabeça aberta, o filme não é ofensivo. É apenas outra visão – uma visão diferente, um pouco mais escrachada…

Dogma é um filme estranho. Não vai agradar a todos, afinal, é uma comédia com temática séria em cima de um tema polêmico. Mas, pelo menos pra mim, é um dos melhores filmes do Kevin Smith.

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O Império do Besteirol Contra-Ataca
Bandidos do Tempo

Assalto em Dose Dupla

Crítica – Assalto em Dose Dupla

Um banco é surpreendido por dois assaltos ao mesmo tempo – um por uma equipe super-profissional, outro por dois caipiras bem longe do profissionalismo. No meio da confusão, um cliente do banco tenta entender o que está por trás dos assaltos simultâneos.

A princípio achei que seria mais um filme com cara de sessão da tarde. Mas logo a trama mostra que Assalto em Dose Dupla pretendia algo mais ambicioso: ser uma comédia de mistério, algo no estilo do divertido Os Sete Suspeitos.

Dirigido por Rob Minkoff (um dos diretores de O Rei Leão), Assalto em Dose Dupla tem roteiro de Jon Lucas e Scott Moore, os responsáveis pelos dois Se Beber Não Case – desta vez menos politicamente incorretos, mas com a agilidade de sempre. A boa trilha sonora com um pé no jazz ajuda nisso.

O filme é curtinho (menos de uma hora e meia), mas tem tantas reviravoltas no roteiro que, se o espectador piscar o olho pode ficar perdido. Existe um nome para este tipo de trama: é o “whodunit” – “quemfezisso” numa tradução literal. É o que acontece, por exemplo, na série Pânico: ao longo do filme, temos várias pistas sobre quem é o assassino, e quase todos os personagens são suspeitos. Isso rola aqui: existe um responsável por tudo o que está acontecendo no banco, e este mistério é levado até o fim.

O problema é que a trama é tão rocambolesca, e o personagem de Patrick Dempsey é tão “sherlockiano” que a história começa a ficar absurda demais e isso acaba enfraquecendo o filme. Quanto mais confusa a trama, mais “espertinho” Dempsey fica – e fica cada vez mais difícil levar o filme a sério.

O que salva são os personagens. Dempsey está bem, com o seu obsessivo e alucinado protagonista. O mesmo podemos falar sobre o pouco conhecido Matt Ryan e seu vilão de sotaque britânico. Mas o melhor do filme é, sem dúvida, o assaltante caipira de Tim Blake Nelson, que parece ter saído direto de um filme dos irmãos Coen (ele fez um papel parecido em Aí Meu Irmão, Cadê Você). Arrisco a dizer que ele sozinho vale o ingresso!

Mesmo acertando na trave às vezes, Assalto em Dose Dupla pode ser uma boa opção se você se deixar levar, sem parar pra pensar em detalhes.

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Os Sete Suspeitos
Red
Se Beber Não Case
Se Beber Não Case 2

And Now For Something Completely Different

Crítica – And Now For Something Completely Different

Comprei o dvd com o primeiro filme do Monty Python!

Na verdade, esta é uma coletânea de esquetes que rolaram no programa de tv Monty Python Flying Circus, todas escritas e interpretadas pelo sexteto John Cleese, Michael Palin, Eric Idle, Graham Chapman, Terry Jones e Terry Gilliam, com animações feitas pelo último entremeando as piadas. Foi lançado como um filme, mas é uma coleção de esquetes independentes. Algumas boas, algumas nem tanto.

Quem conhece o trabalho do grupo, vai reconhecer, por exemplo, a Lumberjack Song e as esquetes do papagaio morto e da piada mortal – clássicos “pythonianos”.

And Now For Something Completely Different é irregular. Algumas piadas são geniais, mas outras são meio bobas. E rola uma coisa assaz diferente: muitas das esquetes não têm fim – a própria esquete do papagaio morto não acaba, ela não conclui e emenda na piada seguinte. Isso, aliado ao nem sempre palatável humor inglês, desabilita o filme para plateias leigas no assunto Monty Python. Se você conhece e gosta do estilo do sexteto, este filme é obrigatório; se não conhece, é melhor começar com outro filme.

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Ao Vivo no Hollywood Bowl
A Vida de Brian
O Sentido da Vida

Tucker And Dale Vs Evil

Crítica – Tucker And Dale Vs Evil

Um filme slasher pode existir sem um assassino? Tucker And Dale Vs Evil mostra que sim!

Dois amigos caipiras estão indo passar as férias em uma velha cabana. Antes de chegar, cruzam com um grupo de jovens, que acham que a dupla e “do mal”. Isso é apenas o começo de uma série de mal-entendidos…

Filme de estreia do diretor Eli Craig, Tucker And Dale Vs Evil é uma boa comédia de humor negro. As mortes são todas acidentais, mas são violentas e compatíveis com os bons slashers – apesar de, às vezes, termos a sensação de estar vendo um desenho animado da época dos clássicos (e violentíssimos) Looney Toones ou Tom & Jerry.

O elenco todo é semi-desconhecido. Os dois protagonistas têm carreira na tv: Alan Tudyk (Serenity, V) e Tyler Labine (Dead Last, Reaper), e estão bem juntos, rola uma boa química e uma boa caracterização. Katrina Bowden, o principal papel feminino, também está na tv, como coadjuvante da série 30 Rock.

Não gostei da tentativa de deixar um gancho para uma possível continuação. Nada contra, o problema é que a trama precisou inventar um antagonista. E o filme é divertido justamente porque é todo feito de mal-entendidos.

Tucker And Dale Vs Evil não é essencial, claramente estamos diante de um filme “menor”. Mas que é divertido, não há dúvidas!

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Burke And Hare
Todo Mundo Quase Morto
Doghouse

Noite de Ano Novo

Crítica – Noite de Ano Novo

Quem lê o gigantesco elenco e o nome do diretor lembra logo de cara de Idas e Vindas do Amor, dirigido pelo mesmo Garry Marshall. E assim podemos adivinhar exatamente como será Noite de Ano Novo.

O filme mostra um retrato do último dia do ano para vários casais e solteiros em Nova York. Vários núcleos entrecortados, várias histórias simultâneas.

Noite de Ano Novo é um filme extremamente previsível, mas mesmo assim muito agradável. Tudo desce redondinho, sem sustos ou riscos.

Como assim previsível? Bem, Jon Bon Jovi interpreta um popstar; Lea Michelle, uma aspirante a cantora; Sofia Vergara, um papel igual à Gloria de Modern Family… Acho que o roteiro foi escrito para que cada ator ficasse à vontade, confortável, num papel familiar – Zac Efron arranja até uma desculpa para dançar! Acho que o único papel “não óbvio” é o Kominsky de Hector Elizondo, o resto do elenco está todo nas chamadas “zonas de conforto”.

Por um lado isso pode ser monótono. Mas, se a gente entrar no clima, o filme é muito legal. Assim como acontece com Idas e Vindas do AmorNoite de Ano Novo é eficiente, bobinho e “fofo”.

Claro que o destaque do filme é o elenco. Afinal, não é todo dia que temos, juntos, Robert De Niro, Michelle Pfeiffer, Halle Berry, Hillary Swank, Katherine Heigl, Ashton Kutcher, Josh Duhamel, Sarah Jessica Parker, Mathew Broderick, John Lithgow, Abigail Breslin, Jessica Biel, Til Schweiger, Sarah Paulson, Carla Gugino, Alyssa Milano, Sofia Vergara, Lea Michelle, James Belushi, Zac Efron, Jon Bon Jovi, Ryan Seacrest, Cary Elwes, Ludacris e Hector Elizondo, entre outros menos cotados.

Com tanta gente assim, claro que o roteiro serviria apenas como veículo para os atores. Por isso é tudo tão óbvio. Acho que a única emoção que o roteirista quis passar para a sua plateia era “que bonitinho”…

Outra coisa previsível era uma trama irregular. Como são várias historinhas, algumas são melhores que as outras. Aquele diálogo final da Sarah Jessica Parker foi completamente incoerente com toda sua postura ao longo do filme. Mas, por outro lado, algumas cenas são divertidíssimas. John Lithgow está alucinado como nos bons tempos de 3rd Rock From The Sun, e só o nome dado ao personagem de Mathew Broderick já vale o ingresso!

Enfim, Noite de Ano Novo é assim. Previsível, mas vai agradar o público certo.

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Simplesmente Amor

30 Minutos ou Menos

Crítica – 30 Minutos ou Menos

A divulgação de 30 Minutos ou Menos (30 Minutes or Less, no original) o vende como “o novo filme do ator e diretor de Zombieland“. Ok, Zombieland foi divertido, vamos ver qualé a deste aqui.

Um entregador de pizzas é sequestrado e, com uma bomba presa no corpo, é forçado a assaltar um banco.

30 Minutos ou Menos, filme novo do diretor Ruben Fleischer, não é ruim. Mas tem um problema grave: é uma comédia sem graça!

Heu já desconfiava disso quando li que o elenco trazia Danny McBride e Aziz Ansari. McBride não tem talento para ser engraçado, então apela para o humor grosseiro – já disse aqui que baixaria não é sinônimo de boas piadas. Já Ansari tem aquele estilo de humor histérico – lembra um Chris Tucker, mas sem graça.

Jesse Eisenberg é um cara carismático, mas não é um ator muito versátil, e não consegue fazer milagre com esses dois coadjuvantes caricatos. Assim, 30 Minutos ou Menos é uma das comédias mais bobas do ano. Acho que a única piada boa é quando Eisenberg, que já interpretou o criador do Facebook, diz que não está no Facebook…

O pior é que 30 Minutos ou Menos nem é tão ruim assim. A história é boa, rolou um caso real parecido em 2003, um entregador de pizza teve uma bomba amarrada no pescoço e foi forçado a roubar um banco (e acabou morto pela bomba). Se o filme fosse sério, talvez fosse melhor. Mas precisaria de outro elenco!

Ah, rola uma cena depois dos créditos. Boba como o resto do filme.

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Tiras em Apuros
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Os Muppets

Crítica – Os Muppets

Alvíssaras! Os Muppets estão de volta!

Três fãs dos Muppets convencem o sapo Kermit (antigamente conhecido como sapo Caco) a reunir os ex companheiros, atualmente separados, para recriar o Muppet Show e salvar o teatro da ganância de um milionário do petróleo.

Os bonecos Muppets fizeram sucesso com o Muppet Show, um programa de tv que foi ao ar de 1976 a 1981. Anos depois, veio o desenho animado Muppet Babies, feito entre 1984 e 1990, que os apresentou para outra geração. E ainda tiveram seis filmes, lançados nos cinemas entre 1979 e 1999. Mas há anos não se ouvia nada sobre algo novo relativo aos geniais fantoches – talvez porque o seu criador, Jim Henson, tenha falecido em 1990 (três dos filmes foram feitos depois de sua morte, dois deles dirigidos pelo seu filho Brian Henson).

Aliás, justamente por não ter mais nada a ver com Jim Henson, admito que fiquei com pé atrás quando soube da produção deste filme. Mas tenho que tirar o chapeu: Jason Segel fez um excelente trabalho!

Jason Segel, ator de Eu Te Amo Cara, Professora Sem Classe e da série How I Met Your Mother, já tinha escrito um roteiro, para o fraco Ressaca de Amor. Ele levou a ideia para a Disney, atual dona dos direitos sobre os Muppets, e escreveu (junto com Nicholas Stoller) o roteiro para este filme, também estrelado por ele. E, em vez de parecer uma egotrip de Segel, o novo filme, dirigido pelo pouco conhecido James Bobin, consegue recriar com perfeição o espírito do antigo Muppet Show.

O roteiro tem um bom ritmo, piadas inspiradas (o momento da “edição” é sensacional!) e números musicais bem feitos – e olha que não sou muito fã de musicais. Os personagens são um pouco clichê, mas a gente tem que se lembrar que é um filme Disney, né? Mesmo assim, adorei a música do vilão.

Já falei aqui em outra ocasião que sou fã dos Muppets. O humor é uma perfeita mistura entre o lúdico e o irônico, e assim consegue agradar tanto a criança quanto o adulto. E este novo filme vai exatamente nesta onda: muitas piadas referenciais e muita meta-linguagem – humor pra adulto – em um filme onde a criançada vai se esbaldar com dezenas de fantoches divertidos.

Ah, os efeitos especiais! Preciso falar que era outro dos meus (infundados) medos. Imaginei Muppets em cgi – iam ficar toscos!!! Nada, os Muppets continuam sendo bonecos de pano animados por pessoas. Devem ter efeitos em computador, pra corrigir um detalhe aqui e outro acolá, mas nada que atrapalhe o andamento dos efeitos old school.

O elenco principal, além de Segel e de dezenas de Muppets, conta com Amy Adams, Chris Cooper e Rashida Jones. E, como era tradicional no antigo Muppet Show, muita gente famosa fazendo participações especiais, como Alan Arkin, Zach Galifianakis, Ken Jeong, Sarah Silverman, Neil Patrick Harris, Mickey Rooney, Whoopi Goldberg, Selena Gomez (fazendo piada com a própria idade), Dave Grohl (como o baterista da banda cover “Os Moopets”), Emily Blunt (repetindo o papel de O Diabo Veste Prada) e, last but not least, Jim Parsons, o Sheldon de The Big Bang Theory, como a versão humana do Muppet Walter.

Enfim, heu poderia continuar falando aqui. Mas chega. Prefiro recomendar: vá ao cinema e aproveite que os Muppets estão de volta. Heu pretendo rever antes de sair de cartaz!

p.s.: Acho que a única coisa que não gostei no filme foi terem mudado o nome do Caco. Assim como fizeram antes com o Ursinho Puff (que virou Pooh) e com a fada Sininho (que virou Tinkerbell), agora Caco passou a usar o nome original, Kermit. Fico pensando quando vão mudar Pateta e Tio Patinhas por Goofy e Scrooge McDuck… Proponho uma campanha: que os personagens da Turma da Mônica mantenham os nomes originais em outros países! Quero ver os gringos falando Cascão, Cebolinha e Chico Bento!

Muppets – O Filme (1979)

Muppets – O Filme (1979)

No fim do ano estreará um novo filme dos Muppets. Aproveitei uma promoção das Lojas Americanas e comprei este Muppets – O Filme, de 1979, pra rever com meus filhos.

Caco, o sapo, vai até Hollywood para tentar um emprego no meio do entretenimento. Ao longo do caminho, conhece vários personagens famosos, como Fozzie, Gonzo e Miss Piggy. E eles precisam evitar um ganancioso empresário dono de um restaurante de pernas de rã, atrás das pernas de Caco.

Antes de falar sobre o filme, falemos dos Muppets. Para quem não conhece (existe alguém que não conhece?), são personagens criados por Jim Henson (auxiliado por Frank Oz) que estrelaram vários filmes e programas de tv, quase sempre com humanos interagindo com os bonecos, que podem ser animais, humanóides, monstros, extraterrestres ou criaturas inventadas.

O que falar sobre o filme, hoje, mais de 30 anos depois? Acho que a única coisa negativa é que os convidados especiais “perderam a validade” – heu mesmo, com meus 40 anos, não reconheci todos os atores, o que dirá a molecada de hoje em dia… A maior parte dos elenco era composta de atores de comédia famosos nos anos 80. Reconheci Steve Martin, Mel Brooks, Dom DeLuise, Elliot Gould e até Orson Welles. Mas ninguém conhecido das crianças de hoje.

Fora isso, o filme ainda é excelente. Hoje estamos acostumados com cgi em toda parte, mas aqui todos os muppets são bonecos animados por gente de verdade, e em momento algum isso parece tosco. Pelo contrário, em alguns momentos, a animação impressiona. Logo no início, Caco aparece tocando banjo – dentro de um lago! Onde estava o animador? E pouco depois ele aparece andando de bicicleta… hoje em dia isso seria mole de fazer, seria tudo cgi – mas, parem para pensar: como é que um fantoche anda de bicicleta? Se bem que é melhor não parar pra pensar, e sim acreditar na “mágica”… 🙂

Mas não é só isso. Uma das coisas que mais gosto nos Muppets é o seu genial e raro humor, que agrada tanto a criançada quanto os adultos. Diferente dos “primos” da Vila Sésamo, indicados somente para os pequenos, os Muppets podem ser apreciados por qualquer um que goste de comédias. (Falando em Vila Sésamo, Garibaldo faz uma ponta aqui!)

Aliás, compartilho aqui uma informação que heu não sabia: os Muppets são uma espécie de spin off de Vila Sésamo – Caco fazia parte do “elenco” da Vila Sésamo! Taí, admiro os dois programas, mas são bem diferentes. E heu não tinha a menor ideia de que eram relacionados, a não ser pelo fato de ambos serem criações de Jim Henson…

Agora procurarei os outros filmes de Caco e sua turma e aguardarei ansiosamente pelo novo filme, que estreia em dezembro!

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Amanhã Nunca Mais

Crítica – Amanhã Nunca Mais

Walter (Lázaro Ramos) é um cara pacato, aquele tipo de cara que não sabe dizer não, e por isso, é usado de capacho pelas pessoas próximas. No dia da festa de aniversário de sua filha, ele tem que pegar o bolo, mas muitos imprevistos estarão no seu caminho.

Amanhã Nunca Mais segue a linha de Depois de Horas, de Scorsese, onde o destino prega inacreditáveis peças consecutivas com o personagem de Griffin Dunne. A pessoa errada no lugar errado, várias vezes seguidas Nas mãos certas, isso pode gerar uma boa comédia. Felizmente, podemos constatar que isso acontece com o filme do diretor estreante Tadeu Jungle.

Vindo da publicidade, Jungle imprime um estilo ágil aos desencontros sofridos por Walter. O roteiro e a edição ajudam. Amanhã Nunca Mais é um filme curtinho, outra coisa boa, não precisa encher linguiça.

Antes de começar a sessão, Jungle falou para o plateia do cine Odeon que desde o início do projeto o nome de Lázaro Ramos foi pensado para o papel principal. Realmente, um inspirado e carismático Lázaro faz um bom trabalho com seu inseguro Walter. Também gostei de Maria Luiza Mendonça e Milhem Cortaz, ambos exagerados, mas nunca acima do tom; e de Fernanda Machado, contida na dose certa.

Boa diversão despretensiosa, deve estrear no circuito em breve.

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Juan de los Muertos

Crítica – Juan de los Muertos

Tem alguns filmes que aparecem de vez em quando em festivais que a gente PRECISA ver. O primeiro filme de zumbis feito em Cuba é um desses. Imperdível!

Juan é um quarentão preguiçoso e de bem com a vida. Quando acontece uma epidemia de zumbis em Havana, ele cria, com seus amigos também desocupados, um serviço de extermínio de zumbis.

O filme, escrito e dirigido por Alejandro Brugués, é muito engraçado. Daqueles de rir até perder o fôlego. Humor negro de primeira linha!

A trama é o de sempre: epidemia de zumbis, blá blá blá. Mas o bem bolado roteiro tem um bom timing de piadas, e aproveita pra inserir um monte de comentários sócio-políticos sobre a situação de Cuba. E o melhor de tudo é que em momento nenhum o filme fica panfletário, as críticas entram naturalmente nas piadas (a piada dos carros russos é sensacional!).

O elenco não tem ninguém conhecido. Os atores estão ok em seus papéis caricatos. Os efeitos especiais às vezes parecem toscos demais, mas, para o que o filme pede, funcionam. A maquiagem também é boa, o filme traz quantidade de gore suficiente para o que o estilo pede.

Infelizmente, Juan de los Muertos não será visto por muita gente – convidei algumas pessoas para verem o filme comigo no último domingo, quase todos não se interessaram pela esquisitice “filme cubano de zumbis”. Mas torço pelo sucesso do filme. Este é daqueles pra comprar o dvd e rever de vez em quando!

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