CBGB

0-CBGBCrítica – CBGB

Um filme contando a história do lendário clube novaiorquino CBGB? Quero ver!

A sinopse? Simples como um cara criou, meio sem querer, uma das casas mais importantes da história do rock’n’roll.

Em primeiro lugar, preciso falar que não sou muito fã da filosofia musical do punk rock – gosto de música bem tocada ;-). Mas reconheço a importância do movimento punk. E tem mais: o filme é sobre o CBGB, não sobre o punk. Então a gente vê o Talking Heads e o Blondie na tela…

Dito isso, vamos ao filme. Antes de ser um filme sobre o clube, CBGB é sobre Hilly Kristal, o dono do local. Um homem visionário, mas um péssimo administrador (o clube estava sempre lotado, e mesmo assim as contas viviam atrasadas).

(Aliás, o filme explica as inicias “CBGB OMFUG” – que sempre li, mas nunca tive ideia do que significava. Curiosamente, Hilly queria fazer um clube de country e blues, e chamou sua casa de “Country Blue Grass Blues”. Mas só conseguiu músics de outros estilos, então acrescentou “Other Music For Uplifting Gormandizers”…)

O filme escrito e dirigido por Randall Miller é sobre Hilly Kristal, e “o nome do filme” é Alan Rickman. Não sei nada sobre o Hilly original, não sei se a caracterização foi fiel. Rickman é um grande ator, a gente já sabia, e aqui ele constroi um personagem rico, um cara popular e bem sucedido, e, ao mesmo tempo, solitário e fracassado.

Aliás, o elenco inteiro está muito bem. Rupert Grint, o Ron de Harry Potter, impressiona como o guitarrista dos Dead Boys, completamente diferente do seu personagem mais famoso. Malin Akerman pouco aparece, mas ficou bem parecida com a Debbie Harry – outros músicos aparecem e estão ainda mais parecidos, mas são interpretados por atores desconhecidos. Ainda no elenco, Ashley Greene, Johnny Galecki, Stana Katic, Justin Bartha, Richard de Klerk, Freddy Rodríguez e Bradley Whitford.

Gostei muito de ver as bandas caracterizadas no palco do CBGB – Talking Heads, Blondie, Ramones, The Police, Iggy Pop, etc (e confesso que nunca tinha ouvido falar de Dead Boys…). Foi uma boa colocarem atores parecidos com os músicos dublando as músicas originais. O único problema é que o som ficou limpo demais – mas é melhor do que ouvir anônimos tocando e cantando músicas icônicas.

Também gostei da edição usando quadrinhos. Tudo a ver com o estilo do filme!

CBGB é baseado em fatos reais, mas nem tudo o que vemos no filme aconteceu de verdade. O próprio filme avisa isso, nos créditos finais, quando avisa que Iggy Pop nunca cantou no CBGB, e manda um “just deal with it”. Aliás, foi engraçado ler “nenhum animal foi maltratado durante as filmagens, as baratas esmagadas eram biscoitos Fig Newtons” (um biscoito recheado parecido com o nosso goiabinha).

Li no fórum do imdb algumas pessoas criticando a cenografia, porque usou vários props reais tirados do próprio CBGB. Se a gente prestar atenção, pode ver flyers dos anos 80 e 90, e o filme se passa na década de 70. Mas isso não me incomodou, achei que o visual do filme ficou mais rico assim.

Terminado o filme, fiquei com vontade de ver um filme semelhante sobre o Garage, da rua Ceará, aqui no Rio. Se heu tivesse os contatos certos, heu bem que tentava fazer este filme!

Imaginaerum

Crítica – Imaginaerum

Um musical baseado nas músicas da banda finlandesa Nightwish? Ok, vamos ver qualé.

Um velho compositor, em coma, precisa visitar o sinistro mundo de fantasia da sua infância, onde ele precisa recuperar suas memórias antes que seja tarde demais.

Imaginaerum tem boas músicas e um belo visual. Mas não é um bom filme. O problema é que parece um longo videoclipe: música rolando enquanto vemos belas imagens – que nem sempre fazem sentido, mas sempre carregam vários simbolismos. Funciona em um videoclipe de quatro ou cinco minutos. Mas, como filme de longa metragem, cansa.

Me parece que o diretor Stobe Harju quis fazer um novo Pink Floyd – The Wall. Só que ele não tem a experiência do Alan Parker, e o Nightwish não tem nenhum disco conceitual do nível do The Wall. Imaginaerum tem bons momentos e algumas boas músicas, mas falta consistência ao filme.

Talvez os fãs de Nightwish curtam. Mas, para quem não é fã, tem coisa melhor por aí.

Peaches Does Herself

Crítica – Peaches Does Herself

Três dias atrás falei aqui de Os Encontros da Meia Noite, filme que tinha uma das duas sinopses mais bizarras do Festival do Rio 2013. Peaches Does Herself me chamou a atenção por ser a outra sinopse bizarra:

A estreia da cantora de electro atrás das câmeras impressiona pela coesão e extravagância que fazem o documentário parecer um filme de ficção – e vice-versa. Misturando gêneros e sexualidades numa saga de mentira, ela arrancou elogios da Rolling Stone (que comparou o filme a uma versão moderna de Rocky Horror Picture Show) e do Hollywood Reporter (que disse que o filme parecia a história de Lady Gaga se ela fosse escrita por John Waters). Travestis, sexo simulado e humor espalhafatoso transformam o musical em uma ópera bufa em pleno século XXI.

Repetindo o que falei naquele post, gosto de aproveitar o Festival do Rio para ver filmes completamente diferentes do que passa por aí. Mesmo que o resultado não seja satisfatório. Como aconteceu aqui.

Em primeiro lugar, preciso admitir que nunca tinha ouvido falar de Peaches. E Peaches Does Herself não é um documentário, como anunciou a programação, e sim um espetáculo musical da Peaches. Musical e performático, diga-se de passagem. Ou seja, os fãs da cantora devem gostar do filme.

O show vale pela performance – tem bailarinos bissexuais, uma stripper velha e um travesti enorme – nu. Quase tudo no show tem algum apelo sexual, parece que isso é uma constante na carreira de Peaches. Mas as músicas não são lá grandes coisas, e, pelo menos pra quem não é fã, cansa.

Pelo menos é curto – 80 minutos. Na hora que você pensa em desistir e ir embora, acaba.

Só vale pela bizarrice…

Os Miseráveis

Crítica – Os Miseráveis

Na França do século 19, Jean Valjean, ex prisioneiro, perseguido pelo policial Javert depois que quebrou a condicional, concorda em cuidar de Cosette, filha de sua funcionária Fantine. Esta decisão mudará sua vida para sempre.

Filme novo de Tom Hooper, elevado ao primeiro escalão pelos Oscars de O Discurso do Rei – bom filme, mas supervalorizado, não merecia as estatuetas de melhor filme e melhor diretor. Agora Hooper encarou o desafio de fazer mais uma versão do livro de Victor Hugo – são inúmeras versões por aí, acho que a mais recente para o cinema foi em 1998, dirigida por Billie August e com Liam Neeson, Geoffrey Rush, Uma Thurman e Claire Danes no elenco. Só que Hooper trouxe para os cinemas a versão musical, que funciona bem na Broadway, mas não necessariamente vai funcionar no cinema.

Este Os Miseráveis tem um problema básico: é um filme chato. São duas horas e trinta e oito minutos de música quase ininterrupta, fica cansativo demais. A parte musical aqui é diferente dos musicais convencionais, onde canções são cantadas ao longo de cenas onde acontecem diálogos. Aqui é quase tudo cantado, até quando não precisa, o ator emposta a voz e estica as sílabas, deixaaando tuuudo assiiim. Sei lá, na minha humilde opinião, acho que seria melhor ficarmos só com as canções e deixar estes diálogos falados.

Tem outro problema, pelo menos pra quem não conhece a história: tudo acontece meio sem explicação. Jean Valjean está foragido, sem dinheiro e sem documentos, e na cena seguinte, depois de um intertítulo “8 anos depois”, não só ele já é um próspero empresário, como também é o prefeito da cidade! Outro exemplo: Cosette e Marius se encontram uma única vez, por alguns minutos, mas é uma paixão tão avassaladora que os dois viram apaixonados para sempre. Bem, até aí, tudo bem, a gente já viu exageros semelhantes em outras histórias. A diferença aqui é que a paixão é tão hardcore que o pai da menina entra na guerra para proteger o garoto – sem contar pra ele quem é sua filha!

A parte musical tem outra peculiaridade, mas esta foi uma ideia interessante. Normalmente, as músicas são gravadas antes, e os atores dublam na hora de filmar. Aqui, os atores usavam pontos nos ouvidos, e a voz foi captada na hora. Se por um lado temos algumas pequenas imperfeições nas músicas, por outro lado isso ajudou a interpretação.

Apesar dos pontos negativos, Os Miseráveis tem seus bons momentos, como a cena onde Jean Valjean e Cosette fogem, e vemos quase todo o elenco cantando juntos, mas em lugares diferentes. E o “momento solo” de Fantine é belíssimo, se a Anne Hathaway ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante no próximo domingo, podemos dizer que está cena ajudou muito.

O elenco está muito bem. Além de Hathaway, Hugh Jackman também concorre ao Oscar (mas não deve ganhar, dificilmente alguém tira a estatueta de Daniel Day-Lewis e seu perfeito Abraham Lincoln). Li críticas negativas relativas ao Russell Crowe, mas não achei ele ruim. Não gostei da voz de Amanda Seyfried, achei aguda demais; gostei da voz da desconhecida Samantha Barks (a Eponine adulta). E Sacha Baron Cohen e Helena Bonham-Carter estão mais uma vez juntos num musical fora dos padrões convencionais (eles fizeram Sweeney Todd), desta vez como o alívio cômico.

Enfim, mesmo com suas qualidades, ainda acho que Os Miseráveis não é pra qualquer público. Muitos vão achar cansativo. E alguns vão dormir…

A Pequena Loja dos Horrores – Versão Estendida

A Pequena Loja dos Horrores – Edição Estendida

Sou muito fã deste A Pequena Loja dos Horrores desde que vi no cinema na época do lançamento, na segunda metade dos anos 80. É um musical sobre uma planta carnívora, dirigido pelo Frank Oz (o Yoda!), baseado no musical da Broadway que por sua vez se baseou num filme de terror do Roger Corman feito em 1960.  Comprei o LP importado com a trilha sonora em 88 (não tinha aqui no Brasil); e este foi o primeiro vhs que pirateei, ainda nos anos 80, antes do filme ser lançado oficialmente por aqui – era bem mais difícil, a gente tinha que levar o videocassete pra casa de um amigo! (depois comprei o vhs “selado”). Já tenho o dvd oficial há anos, mas nunca tinha saído em blu-ray. Até agora…

Comprei o blu-ray gringo assim que saiu (sei lá quando vão lançar por aqui). Comprei pelo filme, para ter o filme na minha coleção, nem sabia de extra nenhum, muito menos de um final diferente. Foi uma agradabilíssima surpresa descobrir o final estendido. E que final estendido!

Trata-se de um filme de 27 anos atrás, mas mesmo assim cabem os avisos de spoilers. Vou falar do novo fim do filme!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

No fim “oficial”, depois de salvar Audrey, Seymour levanta dos escombros, pega um cabo de energia elétrica e eletrocuta a planta. Ok, final feliz. Neste “novo” final, Audrey morre, e Seymour a leva para a planta comer. Não satisfeita, a planta também come o Seymour. Ouvimos uma música nova (que não estava na trilha sonora nem vinil nem em cd), e vemos várias mudas sendo vendidas nas lojas. E depois vemos várias “Audrey 2” gigantescas destruindo a cidade!

Peguei no google uma cena da destruição. Vejam:

FIM DOS SPOILERS!

Não sei se A Pequena Loja dos Horrores vai ser lançado em blu-ray no Brasil. Tampouco sei se vai ser lançado com esta opção de final alternativo. Então fica a recomendação: se você é fã do filme como heu, encomende o seu blu-ray na “amazon mais próxima”. Mesmo sem legendas em português, vale a pena!

Crítica – Moulin Rouge

Crítica – Moulin Rouge

Há tempos queria rever Moulin Rouge. Aproveitei que estou numa “onda musical” enquanto lapido o roteiro do meu primeiro longa (Você Não Soube Me Amar – O Filme).

Paris, 1899. Um escritor se apaixona pela estrela do badalado clube noturno Moulin Rouge. O problema é que ela também é cortejada por um poderoso duque, que investe dinheiro no clube.

Moulin Rouge é um grande filme. O diretor Baz Luhrmann já tinha chamado a atenção com seu filme anterior, Romeu + Julieta, quando filmou atores e cenários contemporâneos recitando os versos clássicos originais de Shakespeare – o contraste era usar o visual moderno com o inglês arcaico. Agora a sua “novidade” era contar uma história passada em 1899, mas usando músicas atuais.

A trilha sonora é de longe o melhor de Moulin Rouge. Músicas de Elton John, Madonna, Beatles, U2, Kiss, Nirvana, Queen e The Police, entre outros, estão revistas e misturadas em arranjos muito inspirados. Só a trilha sonora já vale o filme.

Outro destaque é o visual do filme, muito bem cuidado, assim como os figurinos, tudo muito colorido, tudo meio estilizado. Luhrmann foi um pouco exagerado ao compor o visual de Moulin Rouge, mas admito que gostei disso.

Infelizmente, nem tudo funciona. O filme é longo, pouco mais de duas horas, e cansa – principalmente na segunda metade. E o exagero característico do diretor atrapalha quando o filme está cansativo.

No elenco, destaque para o casal principal, Nicole Kidman e Ewan McGregor, que inclusive cantam as suas músicas – Nicole está lindíssima, acho que esse é um dos filmes que melhor souberam aproveitar sua beleza. John Leguizamo faz um anão (!), usando cgi e truques de câmera (depois de O Senhor dos Aneis, acho que ficou mais fácil para atores altos interpretarem pessoas pequenas). Ainda no elenco, Jim Braodbent, Richard Roxburgh e uma ponta da cantora Kylie Minogue, como a fada verde.

Depois deste filme, de 2001, Lurmann só foi lançar um novo filme em 2008, o épico não tão bem falado Austrália. Mas este ainda não vi – e nem tenho muita vontade…

Rock Of Ages – O Filme

Crítica – Rock Of Ages

Um musical recheado de músicas de rock farofa dos anos 80 e 90, estrelado por Tom Cruise e dirigido por Adam Shankman, o mesmo de Hairspray? Pára tudo, preciso ver isso!

1987. Sherrie, uma menina do interior, vai até Los Angeles para tentar a carreira de cantora. Consegue um emprego de garçonete no famoso Bourbon Club, às vésperas do aguardado show de despedida da banda Arsenal, já que Stacee Jaxx, seu vocalista, está prestes a sair em carreira solo.

Rock Of Ages – O Filme não é perfeito. Comecemos pelo que não funcionou: os personagens são todos caricatos, e a história é clichê e previsível. Além disso, o filme é um pouco longo demais, com pouco mais de duas horas – algumas “gorduras” poderiam ter sido cortadas. Mesmo assim, apesar das falhas, achei o filme divertidíssimo. Forte candidato a um dos melhores lançamentos de 2012!

Assim como acontece com Hairspray, Rock Of Ages – O Filme é leve, divertido e super alto astral. A gente sai do cinema com vontade de procurar os velhos vinis de rock farofa, para ouvir e cantar tudo aquilo batendo cabeça!

Aviso logo: o formato é o “musical clássico” – a cena inicial do filme já deixa isso claro, quando Sherrie começa a cantar no ônibus e todos em volta resolvem cantar interagindo com ela. Tem gente que não curte esse estilo, entendo isso. Mas quem curte vai ouvir novos arranjos de um monte de músicas legais de artistas conhecidos como Bon Jovi, Poison, Journey, Guns’n’Roses, Whitesnake, Extreme, Twisted Sister, Foreigner, Def Leppard, REO Speedwagon, Starship, Scorpions, Joan Jett, Pat Benatar, entre outros. Mais: algumas músicas estão inteiras, outras estão em “mashups” – duas (ou mais) músicas misturadas como se fossem apenas uma. Não é todo dia que temos algo assim!

Aliás, boa notícia sobre a parte musical: os atores cantam! Se os dois que formam o casal principal, Julianne Hough e Diego Boneta, não são muito conhecidos e podem ter sido escalados por terem boa voz, o que dizer de Tom Cruise, Alec Baldwin, Malin Akerman, Catherine Zeta-Jones, Paul Giamatti e Russel Brand? Esses são atores, e alguns nunca tinham cantado antes em filmes. E aqui todos fazem um excelente trabalho. Quem diria que Tom Cruise teria voz para cantar Paradise City, do Guns?

Aliás, falando em Tom Cruise… Dois meses atrás fiz aqui um Top 10 de atores que envelheceram bem. O Top 10 já estava certo ao trazer Cruise em primeiro lugar, mas heu ainda não tinha visto Rock Of Ages. Aqui ele está ainda mais impressionante. Agora um cinquentão (fez 50 anos mês passado), Cruise passa o filme inteiro sem camisa e com um físico de dar inveja a muitos caras de trinta anos na cara. Só pra ter uma ideia: Alec Baldwin é apenas quatro anos mais velho que Tom Cruise. Vejam os dois no filme e me digam se são só quatro anos de diferença… Só tenho uma única crítica ao seu personagem: o achei muito parecido com o Axl Rose, acho que o seu Stacee Jaxx poderia misturar outros “bad boys” do rock.

O elenco está ótimo. Além dos já citados, o filme ainda conta com Bryan Cranston (que acho que é o único dos principais que não canta) e a cantora Mary J. Blige, além de pontas de músicos de bandas citadas no filme, como Nuno Bettencourt (Extreme), Sebastian Bach (Skid Row), Kevin Cronin (REO Speedwagon) e Debbie Gibson, além do Eli Roth (O Albergue) como o diretor do videoclipe. Só não gostei muito do papel de Mary J.Blige, era pra ser um papel bem menor, me pareceu que ela só teve mais tempo de tela por causa de sua poderosa voz.

Na minha humilde opinião, esta super valorização do personagem de Blige é uma das falhas do roteiro escrito por Justin Theroux, Chris D’Arienzo e Allan Loeb. Também achei forçada a cena com Alec Baldwin e Russel Brand (apesar da música ter ficado engraçadíssima!). Sei lá, de repente cortando esses lances, o filme teria meia hora a menos e seria mais ágil… Além disso, tem o lance dos personagens caricatos. Mas acho que isso foi de propósito, alguns personagens foram construídos para serem clichês: o “rockstar”, a “falsa puritana”, etc.

Apesar dos defeitos, Rock Of Ages – O Filme é delicioso, pelo menos para aqueles que viveram esta onda de “hair metal” dos anos 80 e 90. Se você curte um bom rock farofa, é um programa imperdível!

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Burlesque

Crítica – Burlesque

A jovem Ali vai para Los Angeles, em busca do sonho de viver como cantora e dançarina. Logo que conhece o clube Burlesque, se apaixona pelo local e faz de tudo para trabalhar lá.

Em sua estreia cinematográfica, a cantora Christina Aguilera parece que não quis ficar atrás de colegas como Mariah Carey e Britney Spears. Sim, seu filme decepcionou. Burlesque pode até não ser tão ruim quanto Glitter e Crossoroads (primeiros filmes de Mariah e Britney, respectivamente). Mas é tudo tão clichê que fica difícil gostar do filme.

Por si só, o enredo do filme escrito e dirigido pelo desconhecido Steven Antin já é batido ao extremo: jovem do interior que sonha com o estrelato vai para a cidade grande, começa a trabalhar no bar de um clube noturno e acaba virando a estrela. Some a isso vários personagens unidimensionais: o barman galã com um relacionamento complicado, o milionário que quer comprar tudo em volta, a dançarina rival, a ex-estrela que hoje é dona do clube, seu ex-marido sempre preocupado com a parte financeira… Tudo aqui é extremamente previsível.

Pelo menos os números musicais são quase todos bons, e Aguilera canta muito bem. Na parte musical, Burlesque é bastante eficiente, tanto nas performances vocais quanto nas coreografias.

(Falando nos números musicais, um dos pontos fracos do filme, na minha humilde opinião, foi justamente o da cantora Cher. Claro que ela iria cantar, mas a sua música não teve nada a ver com o momento do filme – o clube está se reerguendo, e a dona do clube sobe a um palco vazio para cantar uma música deprê?)

O elenco é bom, além de Christina Aguilera e Cher, temos Kristen Bell, Cam Gigandet, Peter Galagher, Eric Dane, Diana Agron, Julianne Hough, Alan Cumming e Stanley Tucci. Pena que quase nenhum dos atores consegue desenvolver algo convincente, devido aos clichês do roteiro.

Como show, Burlesque seria interessante. Mas como filme, ficou devendo. E, sobre a carreira cinematográfica de Christina Aguilera, aguardemos para saber se será fraca como as duas citadas acima ou como Justin Timberlake, que veio da indústria musical e já contabiliza alguns sucessos em sua carreira de ator…

Pink Floyd – The Wall

Crítica – Pink Floyd – The Wall

Quinta agora tem show do Roger Waters aqui no Rio, com o show The Wall. Bom momento pra rever o filme do Alan Parker, não?

O filme mostra o popstar Pink e seus problemas com drogas, com a perda do pai na guerra, com os professores na época da escola e com as mulheres.

O disco The Wall, lançado em 1979, é um clássico, um dos melhores discos da história do rock, tanto que Roger Waters (baixista do Pink Floyd e autor da maior parte das músicas do disco) está com uma grande turnê mundial lotando estádios com um show onde toca só este disco – e isso hoje, em 2012, 33 anos depois do lançamento. Mas, e o filme? Será que o grande diretor Alan Parker (Coração Satânico, The Commitments) conseguiria fazer um bom trabalho com tão rico material em mãos?

Infelizmente não. Se o disco merece frequentar listas de melhores, o filme lançado em 1982 passa longe disso.

Pink Floyd – The Wall é compostos de sequências com imagens viajantes sem sentido em cima de um fiapo de história. O roteiro é do próprio Roger Waters, ele deveria ter sido mais humilde e ter chamado um escritor mais experiente. Tanto que o próprio Alan Parker, que pensou em desistir do projeto algumas vezes por causa de brigas de ego com Waters, declarou que este era “the most expensive student film ever made” (“o mais caro filme de estudante já feito”).

Pink Floyd – The Wall parece um longo videoclipe de uma hora e meia. Ou talvez uma coleção de videoclipes. Claro que tem bons momentos, como a parte da música mais famosa (Another Brick in The Wall), com os alunos indo pro moedor de carne. Algumas animações, a cargo de Gerald Scarfe, também são bem legais.

Mas o problema é que alguns momentos não salvam um filme – principalmente quando a história é mal contada. Tudo bem que a boa música ajuda a passar o tempo, mas, como filme, Pink Floyd – The Wall fica devendo.

Sobre o elenco: o único papel importante é o personagem Pink (todo o resto é bem secundário), interpretado por Bob Geldof. Geldof nunca mais atuou em um longa para o cinema. Mas ele é muito famoso por ter organizado o projeto Band Aid (a versão inglesa do USA For Africa) e depois o mega-show Live Aid. Ah, e o próprio Roger Waters aparece numa ponta, como o padrinho de Pink no seu casamento.

Só recomendado aos fãs de Pink Floyd, ou àqueles que gostam de ver filmes enquanto estão com a mente alterada…

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Footloose (1984)

Crítica – Footloose (1984)

A refilmagem de Footloose já está disponível para download. Resolvi então rever o original, um dos meus filmes preferidos dos anos 80.

A trama é simples, e até meio clichê. Jovem meio rebelde se muda para uma cidadezinha de população com mentalidade retrógrada e bate de frente com uma lei local que proíbe a dança. Claro que rola um romance com a menina bonitinha que é filha do pastor que manda na comunidade. Claro que rola uma briga com o valentão ex-namorado da bonitinha. E claro que tudo acaba bem com todos dançando, agora dentro da lei. Previsível, mas nem por isso ruim.

O diretor é Herbert Ross, de Flores de Aço e O Segredo do Meu Sucesso, nada muito famoso hoje em dia. Já sobre elenco, tenho algumas coisas a falar. Em primeiro lugar, é curioso ver Kevin Bacon praticando ginástica olímpica e dançando daquele jeito. O cara tá aí até hoje, fez dezenas de filmes famosos, e não me lembro dele fazendo nada parecido em nenhum outro filme. Não é um John Travolta, por exemplo, que também tem uma carreira extensa, mas aparece dançando em vários filmes. E olha que Bacon dança muito bem!

Falando em Travolta, diz a lenda que ele foi chamado antes para o papel, mas recusou. Tom Cruise teria sido chamado, mas preferiu fazer All The Right Moves; Rob Lowe também, mas teria machucado o joelho. E Bacon teria largado Christine, o Carro Assassino para fazer Footloose. Já para o papel que ficou com Lori Singer, a lista é ainda maior: teria sido recusado por Daryl Hannah, Elizabeth McGovern, Michelle Pfeiffer, Jamie Lee Curtis, Meg Ryan, Jodie Foster, Tatum O’Neal e Brooke Shields.

Outro comentário é sobre os coadjuvantes. Todo mundo lembra dos principais, Kevin Bacon, Lori Singer, John Lithgow e Dianne Wiest. Mas poucos se lembram dos amigos, interpretados por Chris Penn e Sarah Jessica Parker. Sim, eles mesmos, o gordo Nice Guy Eddie de Cães de Aluguel e a líder das peruas de Sex And The City são os melhores amigos dos protagonistas aqui.

Um último comentário sobre o elenco: Lori Singer, que parecia uma Daryl Hannah genérica, sumiu. Antes disso, ela tinha feito O Homem do Sapato Vermelho, pouco depois fez Warlock – O Demônio, e em 93 esteve em Shortcuts. Nos anos 90, fez uns filmes meio vagabas como Sunset Grill e F.T,W., e depois sumiu. Pelo imdb, de 1998 pra cá ela fez um curta e um episódio de Law & Order. Só.

A trilha sonora é sensacional. Até hoje a música Footloose anima qualquer festa dançante. A música do Kenny Loggins é tão boa que aparece na cena final e na divertida abertura, que mostra closes de pés dançando. E não é só a música tema, o filme é recheado de músicas boas, como Almost Paradise (Mike Reno e Ann Wilson), Holding Out for a Hero (Bonnie Tyler), Let´s Hear It For The Boy (Deniece Williams) e I’m Free (outra do Kenny Loggins).

Não sei se falo só por mim, mas Footloose foi um dos filmes mais marcantes da minha adolescência. Momento “mico do blogueiro”: por causa deste filme, usei os cabelos arrepiados, num corte imitando o Kevin Bacon… Meu álbum de formatura na escola, em 1988, é uma prova disso…

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