Os Novos Mutantes

Crítica – Os Novos Mutantes

(Não, não vou falar da versão d’Os Mutantes sem a Rita Lee)

Sinopse (imdb): Cinco jovens mutantes, apenas descobrindo suas habilidades enquanto mantidos em uma instalação secreta contra sua vontade, lutam para escapar de seus pecados passados ​​e se salvar.

Finalmente estreou Os Novos Mutantes (The New Mutants, no original). E quando falo “finalmente”, não é porque heu estava aguardando ansiosamente, mas porque esse filme foi adiado diversas vezes. Já até tinha virado piada interna no Podcrastinadores, porque já citamos esse lançamento em alguns episódios de “expectativas pro ano que vem”.

Não fui procurar detalhes da produção, mas sei que a mesma passou vários problemas. Claro que isso refletiu no resultado que vemos na tela, infelizmente. Vamos primeiro ao filme, depois a gente fala um pouco sobre os percalços.

O diretor Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) declarou que é o primeiro filme ao mesmo tempo de terror e super heróis. Achei boa a ideia, mas, não, não é a primeira vez. Sem precisar de muito esforço me lembro de Brightburn, que era uma versão terror do Superman.

A proposta era um filme de terror paralelo ao universo dos X-Men (que são citados, mas não mostrados). Gostei da ambientação no hospital / sanatório. Segundo o imdb, a produção se inspirou em Um Estranho no Ninho, Clube dos Cinco e A Hora do Pesadelo 3, a mistura ficou boa. Mas a gente logo vê que é uma produção sem dinheiro – a médica interpretada pela Alice Braga aparentemente trabalha sozinha naquele prédio enorme – ela deve ser médica, segurança, cozinheira, faxineira e responsável por serviços gerais. Será que era tão caro contratar uns dois ou três atores secundários e colocá-los de jaleco branco ao lado dela?

Mas esse não é o pior problema. A protagonista Blu Hunt é uma atriz sem graça interpretando uma personagem sem graça (no imdb, o seu nome é o quinto a ser creditado!). Carisma zero. Se o protagonismo fosse com a Anya Taylor-Joy, talvez o filme fluísse melhor. O poster do filme concorda comigo, a Anya está em destaque, enquanto a Blu está escondida.

E aí a gente vê os problemas da produção. Provavelmente houve mudanças desde o projeto inicial até o resultado nas telas (em um dos pôsteres do filme o cabelo da Maisie Williams está diferente!). E nem todas as mudanças surtiram efeito, e assim coisas ficam soltas no ar. Por exemplo, gostei do “monstro” que assombra a Anya Taylor-Joy, mas ele é pouco explorado pelo roteiro. A ideia inicial era fazer uma trilogia, talvez esse plot fosse desenvolvido. Mas aparentemente não teremos continuação…

O elenco diminuto traz nomes com potencial de criar hype – Anya Taylor-Joy, de A Bruxa e Fragmentado; Maisie Williams, de Game Of Thrones; e Charlie Heaton, de Stranger Things. Mas acho que só Anya se salva. Uma curiosidade pro público brasileiro: o personagem Roberto é brasileiro, e o ator que o interpreta, Henry Zaga, também é – ele solta umas duas frases em português, ia ficar tosco se fosse um gringo. Aliás, não nos esqueçamos de Alice Braga. Produção gringa com dois atores brasileiros, pena que é uma produção que naufragou.

(Já repararam que, aos poucos, Alice Braga constrói uma sólida carreira no cinema fantástico hollywoodiano? Ela também estava em Predadores, Elysium, Eu Sou A Lenda, Repo Men, O Ritual, Ensaio Sobre a Cegueira…)

2020, pandemia, cinemas vazios, Os Novos Mutantes finalmente foi lançado. Não tem como não pensar que foi de propósito. Afinal, “se a bilheteria for ruim, a culpa é da pandemia”.

Homem-Aranha: Longe de Casa

Crítica – Homem-Aranha: Longe de Casa

Sinopse (imdb): Após os eventos de Vingadores: Ultimato (2019), o Homem-Aranha deve se impor para enfrentar novas ameaças em um mundo que mudou para sempre.

Em primeiro lugar, é preciso falar que este não é apenas “o novo filme do Homem Aranha”. Este é “o filme depois de Vingadores Ultimato“. Se no início do MCU os filmes eram independentes, e você conseguia assistir a filmes “avulsos”, isso não acontece aqui. Quem chegou agora vai ficar perdido…

Dito isso, Homem-Aranha: Longe de Casa (Spider-Man: Far from Home, no original) é um bom epílogo para esta fase do MCU. Não é um filme épico como o anterior (claro), mas é um filme leve e divertido (assim como o primeiro Homem Aranha), e que explica algumas coisas sobre o mundo “depois do blip” (como foi chamado o período onde metade da população desapareceu).

Mais uma vez dirigido por Jon Watts (o mesmo do primeiro Aranha), Homem-Aranha: Longe de Casa segue a vida do jovem que ainda não sabe como ser um super herói. Os fãs das HQs estão reclamando “porque este não é o meu Peter Parker”, mas achei coerente com tudo o que já foi mostrado no MCU.

No elenco principal, a única novidade é Jake Gyllenhaal, com um personagem que a princípio lembra o Doutor Estranho (isso é até falado no filme), mas que se revela bem diferente, e que é responsável por uma das melhores sequências do filme. Temos de volta Tom Holland, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya, Jacob Batalon, Tony Revolori, Samuel L. Jackson e Cobie Smulders. Tem algumas outras participações especiais, mas seria spoiler dizer quem são.

No fim, duas cenas pós créditos, como de praxe. Uma delas vai explodir a cabeça de muita gente, seja pelo que é falado, seja pelo ator escolhido!

X-Men: Fênix Negra

Crítica – X-Men: Fênix Negra

Sinopse (imdb): Jean Grey começa a desenvolver poderes incríveis que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora os X-Men terão que decidir se a vida de um membro da equipe vale mais que toda a humanidade.

Como a Disney comprou a Fox, os próximos filmes dos X-Men devem se inserir no MCU. Mas ainda faltava um filme pela Fox, para encerrar a saga – que já contava com oito filmes (incluindo os dois solo do Wolverine).

Era uma chance de terminar em grande estilo. Mas não foi. Este último filme não chega a ser ruim, mas está bem longe dos pontos altos da série.

Escrito e dirigido por Simon Kinberg, estreante como diretor, mas experiente como roteirista (incluindo três outros X-Men, Confronto Final, Dias de um Futuro EsquecidoApocalipse), X-Men: Fênix Negra (Dark Phoenix, no original) tem seus bons momentos, mas são tantos escorregões que o filme fica devendo.

Vou citar alguns exemplos, sem spoilers:
– Este filme se passa 3 décadas depois do primeiro, X-Men: Primeira Classe, mas, aparentemente, esqueceram de envelhecer os personagens.
– A Raven deveria ter orgulho de ser azul, e não ficar com a cara da Jennifer Lawrence a maior parte do filme. E sua maquiagem azul ficou bem pior que nos filmes anteriores.
– Os vilões são péssimos! Você não entende as suas motivações, o seu objetivo, tudo é muito desleixado.

Etc etc etc…

Outro ponto que me incomodou, mas aí pode ser um head canon meu, é que heu queria ter visto uma “cena do Mercúrio”, como aconteceu nos dois filmes anteriores. O Mercúrio foi jogado para um papel secundário com zero importância na trama.

Sobre o elenco, tenho uma reclamação: foi um desperdício de Jessica Chastain. Ela é muito mais atriz do que o papel pede. Sophie Turner também não está bem, mas ela sempre foi sem graça, então não é surpresa. James McAvoy e Michael Fassbender são grandes atores, mas não conseguem salvar um filme fraco. Também no elenco, Nicholas Hoult, Tye Sheridan, Evan Peters, Kodi Smit-McPhee e Alexandra Shipp, além da já citada Jennifer Lawrence.

Como falei no início, X-Men: Fênix Negra não é ruim. Mas é um bom retrato de uma longa e desorganizada saga, cheia de altos e baixos.

Que venha o MCU!

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Crítica – Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Vingadores: Ultimato (COM SPOILERS!)

Falei aqui o texto sem spoilers. Mas tenho alguns comentários a mais. Bora pra um texto com spoilers?

SPOILERS!
SPOILERS!
SPOILERS!

Vamos a alguns pontos:

– Genial a ideia de matar o Thanos logo no início do filme!

– Achei que 5 anos é muito tempo para o luto do planeta. Ok, entendo que todo mundo perdeu gente importante, e que um tempo de luto é necessário. Mas em 5 anos acho que boa parte das pessoas já teria seguido em frente. E isso causaria problemas para muitas famílias no fim do filme. Imagina uma pessoa que perdeu seu parceiro(a), e, depois de, sei lá, dois ou três anos, seguiu em frente e encontrou um novo par. Aí passa mais um tempo e o seu antigo cônjuge volta… Sei lá, acho que se fosse um ano, seria melhor para o roteiro do filme.

– Um ponto que tem gerado muitas discussões é a viagem no tempo. No cinema, estamos acostumados a dois formatos de viagem no tempo: De Volta para o Futuro, onde algo alterado no passado altera também o presente; ou Exterminador do Futuro, onde a linha temporal é imutável. Aqui a proposta é outra, viagem no tempo usando universos paralelos. Acho que esse foi o tema da maior parte das conversas nerds dos últimos dias…

– Rever alguns trechos icônicos de filmes sob outro ângulo foi um belo presente para os fãs!

– O Thor Lebowski é um excelente personagem!

– Claro que fiquei triste com a morte da Viúva Negra. Mas entendo a opção por ela no roteiro. E achei a morte do Homem de Ferro emocionante.

– Pra mim, o Capitão América voltou no tempo, entregou todas as jóias e o Mjolnir, e depois foi viver uma vida anônima com a Peggy Carter, pra envelhecer ao lado dela. Assim: ele nasceu lááá atrás, virou um super soldado, ficou 70 anos congelado, voltou, viveu uns 10 anos como super herói, e depois voltou pra viver uma vida normal – enquanto tinha outro dele congelado. De qualquer maneira, que fim bonito que ele teve!

– Não sei de onde veio o escudo que o Capitão entregou pro Falcão no fim do filme. O escudo dele quebrou na briga com o Thanos. Achei um furo de roteiro, mas nada grave.

Agora vamos aguardar o que vem por aí. In Marvel we trust!

Vingadores: Ultimato (sem spoilers)

Crítica – Vingadores: Ultimato

Sinopse (imdb): Depois dos eventos devastadores de Vingadores: Guerra Infinita (2018), o universo está em ruínas. Com a ajuda de aliados remanescentes, os Vingadores se reúnem novamente para desfazer as ações de Thanos e restaurar a ordem no universo.

E finalmente chega aos cinemas o fim de uma das mais impressionantes sagas cinematográficas da história!

Falei no texto sobre Vingadores Guerra Infinita, repito aqui. o plano da Marvel será estudado no futuro em escolas de marketing como um case de sucesso. E Vingadores: Ultimato (Avengers: Endgame, no original) encerra este ciclo com chave de ouro.

Goste ou não do nicho “filme de super heróis”, é preciso tirar o chapéu. Não me lembro de outro caso onde um filme fecha de maneira tão brilhante uma saga tão longa e tão rica (foram vinte e dois filmes ao longo de onze anos). Vingadores: Ultimato demora um pouco pra engrenar, mas é porque se preocupa com cada um dos personagens principais. Outro detalhe bacana para quem acompanhou: ao longo da projeção, vários dos outros filmes são citados.

Mais uma vez dirigido pelos irmãos Anthony e Joe Russo (Capitão América Soldado Invernal, Guerra Civil e Vingadores Guerra Infinita), Vingadores: Ultimato é recheado de momentos memoráveis e emocionantes, e vai arrancar lágrimas dos espectadores mais envolvidos com o MCU. A esperada batalha final é sensacional!

Nem sei se preciso mencionar aqui, mas os efeitos especiais são absurdos. Efeitos de ponta não são exatamente uma novidade num filme deste porte. Alcançamos a perfeição?

O elenco é um absurdo. Não tem nenhuma novidade, todo mundo já esteve em outro(s) filme(s). Mas, convenhamos, não é todo dia que temos um filme com tanta gente relevante. Claro que temos Robert Downey Jr., Chris Evans, Mark Ruffalo, Chris Hemsworth, Scarlett Johansson, Jeremy Renner, Bradley Cooper, Don Cheadle, Paul Rudd, Brie Larson, Karen Gillan, Tessa Thompson, Gwyneth Paltrow e Josh Brolin. E claro que temos a volta de Tom Holland, Zoe Saldana, Evangeline Lilly, Chris Pratt, Samuel L. Jackson, Chadwick Boseman, Elizabeth Olsen, Anthony Mackie, Sebastian Stan, Danai Gurira, Dave Bautista, Benedict Wong, Pom Klementieff, Letitia Wright, Cobie Smulders e Vin Diesel. Agora, é muito legal ter coadjuvantes de luxo do porte de Tom Hiddleston, Rene Russo, Angela Bassett, Michael Douglas, William Hurt, Robert Redford, John Slattery, Tilda Swinton, Jon Favreau e Hayley Atwell. Digo mais: não é um filme qualquer que convoca Natalie Portman, Marisa Tomei e Michelle Pfeiffer para uma simples figuração!

Claro, tem participação do Stan Lee. A novidade é não ter cena pós créditos.

Vai ter gente falando que este não é o melhor dos vinte e dois filmes do MCU. Talvez não seja mesmo. Mas não imagino um encerramento mais bem construído que este. Vingadores: Ultimato é o final perfeito para uma saga impressionante.

Por fim, queria falar do trailer. Diferente da maioria dos trailers, que traz pontos chave dos filmes (tipo mostrar o Homem Aranha no trailer de Guerra Civil), o trailer oficial de Vingadores: Ultimato traz cenas de outros filmes, e não entrega absolutamente nada do que veremos. Mais uma vez, parabéns à Marvel!

Capitã Marvel

Crítica – Capitã Marvel

Sinopse (imdb): Carol Danvers se torna um das heroínas mais poderosas do universo quando a Terra se encontra no meio de uma guerra galáctica entre duas raças alienígenas.

Finalmente é chegada a hora de conhecermos a Capitã Marvel, a grande surpresa da cena pós créditos de Vingadores Guerra Infinita!

Era impossível não criar expectativas. Depois de uma sequência final devastadora, Guerra Infinita terminava com uma cena pós créditos citando uma nova personagem, a Capitã Marvel. Claro que todo espectador “não leitor de HQ” ficou se perguntando quem é ela, e como ela conseguiria se encaixar no MCU.

Mais uma vez, a Marvel / Disney mostra que estamos diante de um filme “de produtor”. A direção ficou a cargo da desconhecida dupla Anna Boden e Ryan Fleck. Mas, como aconteceu outras vezes, isso não afetou a qualidade. Capitã Marvel (Captain Marvel, no original) segue o alto padrão de qualidade MCU.

O filme se passa nos anos 90 (o que gera uma nostalgia boa, a quantidade de elementos “noventistas” é enorme), e isso abre espaço para mais um passo rumo ao “ator digital”. Já vimos antes, inclusive na Marvel, atores rejuvenescidos digitalmente (Robert Downey Jr, Kurt Russell, Michelle Pfeiffer), mas até agora era em algumas cenas rápidas. Aqui vemos Samuel L Jackson como Nick Fury, aparecendo quase tanto quanto a protagonista Brie Larson – ou seja, boa parte do filme. E em momento nenhum parece artificial.

Aliás, é bom falar: os efeitos especiais são ótimos. Não só o rejuvenescimento digital, como toda a ambientação em outros planetas é excelente. O mesmo podemos dizer sobre as batalhas, todas enchem os olhos. Não gostei do visual da Capitã Marvel no “modo ultra badass”, com o cabelo moicano saindo do capacete, mas parece que é assim nos quadrinhos, então deixa pra lá.

O elenco, como era de se esperar, é ótimo. Além dos já citados Samuel L Jackson e Brie Larson, Capitã Marvel ainda conta com Jude Law, Anette Benning, Ben Mendelsohn, Lashana Lynch e Clark Gregg. Djimon Hounsou e Lee Pace voltam a seus papéis apresentados em Guardiões da Galáxia. Claro, tem uma ponta do Stan Lee (aliás, o logo da Marvel faz uma bela homenagem a Stan Lee, vai ter muito nerd chorando antes do filme começar).

Para surpresa de ninguém, são duas cenas pós créditos, uma ligando ao MCU, outra com uma piadinha. Fiquem até o fim dos créditos!

Capitã Marvel é um filme de origem de super herói. É curioso notar que funciona como um filme “solo”, independente dos outros; e ao mesmo tempo se encaixa perfeitamente na linha temporal entre os dois Guerra Infinita (pela cena pós créditos).

Que venha Vingadores Ultimato!

Homem-Aranha no Aranhaverso

Crítica – Homem-Aranha no Aranhaverso

Sinopse (imdb): O jovem Miles Morales se torna o Homem-Aranha de sua realidade, cruzando seu caminho com cinco colegas de outras dimensões para impedir uma ameaça para todas as realidades.

Acho que já contei aqui do meu hábito: procuro saber pouca coisa sobre os filmes que vou ver. Evito ver trailers, às vezes nem leio sinopse. E isso funcionou muito bem quando fui ver este Homem-Aranha no Aranhaverso. Heu nem sabia que tinha vários Homens Aranha (informação que está na sinopse e no poster). E atesto: foi muito bom ser surpreendido pelo filme desse jeito.

A única coisa que heu sabia sobre Homem-Aranha no Aranhaverso (Spider-Man: Into the Spider-Verse, no original) era que um dos roteiristas era Phil Lord, um dos diretores de Aventura Lego, além de ter visto a cena pós créditos de Venom. Mas isso não foi nada, e tive uma grata surpresa. Sei que ainda é cedo (segunda semana do ano!), mas arrisco dizer que temos um forte candidato ao top 10 de 2019!

Vi alguns comentários por aí falando que este filme seria “só para fãs dos quadrinhos”. Olha, nunca li quadrinhos do Homem Aranha, e atesto que Homem-Aranha no Aranhaverso é um excelente filme também para espectadores “leigos”. E minha critica será direcionada a este público.

A primeira coisa que chama a atenção no longa dirigido pelo trio Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman é o visual. Parece que literalmente filmaram as páginas das hqs – e não digo isso só pelos eventuais textos escritos na tela. A textura da imagem não se assemelha às animações tradicionais, as imagens imitam as imperfeições da impressão off-set.

Aliado a este espetáculo visual temos uma história empolgante e divertida. E agora é o momento de avisar aos “não leitores de quadrinhos” que o filme se basta, você não precisa saber previamente quem é Miles Morales e como ele se insere na saga do Homem Aranha. Claro que deve ter um monte de detalhes que só os fãs vão entender, mas o público “leigo” (que, afinal, é a maior parte do público pagante) entende todo o filme. E, podemos afirmar, a história é cativante, com personagens muito bem construídos, momentos engraçadíssimos e várias piadas referenciais (outros filmes do Homem Aranha são citados).

Sobre os personagens, a sessão de imprensa foi com o som original. Que elenco! Ok, Shameik Moore, o principal, não é muito conhecido, mas ele está acompanhado de Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Jake Johnson, Liev Schreiber, Lily Tomlin, Kimiko Glenn, John Mulaney e… Nicolas Cage! Sim, acreditem, num elenco cheio de bons atores, interpretando bons personagens, o destaque é justamente Nicolas Cage!

Claro, tem homenagem ao Stan Lee. E, claro, tem duas cenas pós créditos, uma depois dos créditos principais e outra no fim de tudo. Não tem por que ser diferente, né?

Last, but not least, domingo passado Homem-Aranha no Aranhaverso ganhou o Globo de Ouro de melhor longa de animação. Será que também leva o Oscar?

Era uma Vez um Deadpool

Crítica – Era Uma Vez um Deadpool

Sinopse (ingresso.com): Deadpool 2 está de volta aos cinemas em sua versão conto de fadas. Para dar o pontapé inicial da temporada de férias, o público de quase todas as idades poderá desfrutar o Mercenário Boca Suja repaginado através do prisma da inocência infantil.

O Deadpool é um herói diferente dos outros. Seus filmes têm muito mais violência e humor politicamente incorreto que qualquer outro filme de super herói (independente de ser Marvel ou DC). Claro que isso impacta na bilheteria. O que fazer então? Uma nova versão do filme, suavizada.

Não sou muito a favor de uma nova versão (porque não deixa de ser uma forma de censura), mas entendo o propósito – principalmente porque sou pai de um moleque que queria ver o filme do Deadpool. Mas, um aviso importante: este Era uma Vez um Deadpool tem menos sangue, mas as piadas continuam adultas.

Vamos a esta nova versão. De diferente, além das suavizadas no humor e na violência temos uma nova e longa cena, com apenas um cenário e dois atores, que serve como introdução e encerramento, além de vários interlúdios ao longo do filme.

Como estamos falando do Deadpool, claro que os diálogos dessa cena nova são repletos de metalinguagem e humor politicamente incorreto. Inclusive, tem uma piada excelente usando a confusão Disney x Marvel x Fox.

Se isso é o suficiente para pagar um novo ingresso, aí não sei. Porque o filme é basicamente o mesmo. Agora, no finzinho, depois da última cena pós créditos, existe uma homenagem ao recém falecido Stan Lee que vai deixar muitos fãs com lágrimas nos olhos. Se você é muito fã do Stan Lee, aí sim Era uma Vez um Deadpool vale a pena.

Fora isso, vale mais (re)ver o original, com toda a violência e incorreção política que o personagem pede.

Venom

Crítica – Venom

Sinopse (imdb): Quando Eddie Brock adquire os poderes de um simbionte, ele terá que liberar seu alter-ego “Venom” para salvar sua vida.

Sabe quando tudo dá errado? Poizé…

Este Venom (idem, no original) já estava sendo criticado por fãs das HQs desde a produção, porque o Venom é intimamente ligado ao Homem Aranha – personagem que não está presente. Mas, quem costuma ler o heuvi, sabe que não dou muita bola para quadrinhos, então isso não era algo que me incomodava.

Quem dera esse fosse o maior problema…

Dirigido por Ruben Fleischer (Zombieland), Venom tem um roteiro muito mal construído. É difícil falar da enorme quantidade de tosqueiras presentes aqui sem entrar em spoilers, mas posso citar algumas coisas. Por exemplo, quando o Venom fala que sabe tudo o que está na cabeça do Eddie Brock, mas na cena seguinte pergunta quem é Annie. Ou várias pessoas mortas em um local público por “lâminas alienígenas”, mas sem nenhuma repercussão da polícia e/ou da mídia. Ou um laboratório super protegido que não tem câmeras de segurança. Ou um vidro super resistente por dentro, mas que quebra facilmente por fora. Ou uma sala de ressonância magnética que tem uma porta com um vidro tão resistente que consegue segurar uma criatura poderosa e super forte. Ou uma longa perseguição de carros com muita destruição por ruas movimentadas de uma grande cidade, onde não aparece um único carro de polícia. Ou…

Mas, acreditem, ainda não acabou. Por incrível que pareça, teve outra coisa no filme que me incomodou ainda mais do que essas falhas de roteiro. Foi a repentina mudança de personalidade do personagem título. Do nada, sem motivação. Naquele momento o filme, que já estava ruim, conseguiu piorar.

Se tem algo que se salva, Tom Hardy tem um bom timing pra comédia, e algumas cenas são divertidas. Muito pouco. Michelle Williams não atrapalha, mas tampouco ajuda. Riz Ahmed, por outro lado, faz um vilão bem fraco.

Segundo filme onde aparece o Venom, os dois são ruins. Uma ideia para os produtores: assistam os filmes do Deadpool. Todos. O ruim e depois os dois bons. Vejam o que deu certo, e repensem o Venom. Porque tem uma cena pós créditos com gancho para uma continuação. E, na boa, ninguém quer uma continuação tão ruim.

p.s.: Tem uma segunda cena pós créditos, no fim de tudo, com uma animação com o Homem Aranha, nada a ver com o filme do Venom. Deve ser um teaser para um próximo filme.

Homem-Formiga e a Vespa

Homem Formiga e VespaCrítica – Homem-Formiga e a Vespa

Sinopse (imdb) Enquanto Scott Lang se equilibra tanto como super-herói quanto como pai, Hope van Dyne e Hank Pym apresentam uma nova missão urgente que encontra o Homem-Formiga lutando ao lado da Vespa para descobrir segredos de seu passado.

Voltemos ao MCU!

Uma continuação de Homem-Formiga já era esperada. Mas a expectativa cresceu por este ser o primeiro filme depois de Guerra Infinita. Como será que os filmes se encaixariam?

Bem, “in Marvel we trust”. Sem entrar em spoilers, Homem-Formiga e a Vespa (Ant-Man and the Wasp no original) se insere perfeitamente no MCU. A única “má notícia” aqui é que o filme depende dos outros, quem quiser ver apenas esse pode ficar um pouco perdido.

Dirigido pelo mesmo Peyton Reed do filme anterior, Homem-Formiga e a Vespa tem a mesma pegada de ação misturada com comédia. As sequências de ação são excelentes, e o filme tem piadas muito boas (não à toa, Paul Rudd está no time de roteiristas).

Aliás, Paul Rudd é “o cara” aqui. Carismático e bom ator, consegue acertar o ponto exato entre o herói de ação e o cara engraçadinho. Do filme anterior, voltam aos sues papeis  Evangeline Lilly, Michael Douglas, Michael Peña, Bobby Cannavale e Judy Greer. Michelle Pfeiffer tem um papel importante, com pouco tempo de tela, mas seu papel deve crescer nos próximos filmes. Laurence Fishburne podia ter um papel melhor, vamos ver se ele volta. Também no elenco, Walton Goggins e Hannah John-Kamen.

Os efeitos especiais são excelentes, para surpresa de ninguém. Personagens aumentados ou diminuídos funcionam perfeitamente. Agora, o que me deixou boquiaberto foi o novo “rejuvenescimento por cgi”. Aparece a Michelle Pfeiffer nova!

Como já era de se esperar, são duas cenas pós créditos. Uma tem uma piadinha boba (vai ter gente saindo do cinema com raiva…), mas a outra tem um bom gancho para o próximo filme, que vai gerar teorias na cabeça dos fãs.

E que venha o filme da Capitã Marvel!