Baywatch: S.O.S. Malibu

BaywatchCrítica – Baywatch: S.O.S. Malibu

Um salva-vidas veterano bate cabeça com um novo recruta impiedoso, ao descobrir uma trama criminal que ameaça o futuro da baía.

Seguindo a onda de remakes, vamos à versão cinematográfica do seriado Baywatch, desta vez usando o carisma de Dwayne Johnson e Zac Efron.

Se Baywatch: S.O.S. Malibu tem uma coisa boa é que o filme não se leva a sério em momento algum. Algumas das melhores piadas do filme são o jeito como Johnson chama Efron, sempre com nomes ligados a artistas adolescentes.

Mas o roteiro tem muitos furos. Um exemplo sem spoilers: a vilã trafica drogas em um iate, mas quando faz uma festa no barco, qualquer um pode entrar e bisbilhotar. E assim como este, são vários furos. Fica difícil curtir o filme.

(E isso porque não estou falando das óbvias e desnecessárias piadas ruins envolvendo órgãos genitais…)

Outro exemplo de como o filme é descuidado é que os créditos iniciais entregam logo quem são as participações especiais de atores do seriado. Seria bem mais legal não saber e ser surpreendido na hora. Isso porque nem se mencionei que não mudaram os nomes dos personagens!

Dwyane Johnson e Zac Efron não estão mal, mas carisma não salva um roteiro ruim. Também no elenco, Alexandra Daddario, Priyanka Chopra, Kelly Rohrbach, Ilfenesh Hadera e Jon Bass.

Dispensável…

A Múmia

AMumiaCrítica – A Múmia

Um militar que tem o hábito de roubar artefatos históricos para vender no mercado negro acidentalmente encontra uma tumba egípcia no Iraque, e acaba despertando uma antiga princesa de sua cripta, trazendo terrores que desafiam a compreensão humana.

Finalmente começou o “Dark Universe” (ou “Monsterverse”), o universo cinematográfico dos monstros da Universal!

Já ouço esse papo de monsterverse há alguns anos, mas admito que antes a gente não tinha motivo pra se empolgar – afinal, esse papo rolou na época dos fracos Frankenstein Entre Anjos e Demônios e Dracula A História Nunca Contada (ambos de 2014).

Agora a proposta era outra, mais ambiciosa, mas mesmo assim mantive o pé atrás. Em primeiro lugar, o conceito da múmia nunca me convenceu como um monstro assustador. E ter o Tom Cruise como protagonista, por mais que seja garantia de boa bilheteria, podia estragar a ideia, porque podia virar um “filme do Tom Cruise”, e não um filme da Múmia.

Felizmente meu pé atrás foi infundado. A Múmia é uma boa diversão!

Com relação ao conceito: misturaram com o conceito de zumbi (afinal, é tudo morto vivo…), o que criou umas sequências bem interessantes. E Tom Cruise não faz o “Ethan Hunt” de sempre – seu personagem tem falhas e fraquezas.

Dirigido por Alex Kurtzman (que tem um bom currículo como roteirista e produtor, mas dirigiu pouca coisa), A Múmia não tem um roteiro muito inovador. Mas a trama é bem conduzida, e o espectador vai ser levado a uma aventura divertida e assustadora, com excelentes efeitos especiais.

Não li nada sobre o filme, e tive uma agradável surpresa ao ver que outro dos “monstros clássicos” também está presente na trama principal (não chega a ser exatamente um spoiler, é o segundo nome na lista do elenco no imdb). E, para os fãs dos filmes clássicos, tem uma cena cheia de referências aos outros monstros – essa deve ser daquelas cenas que os fãs mais radicais vão pausar para analisar cada item mostrado.

No elenco, como de habitual nos filmes do Tom Cruise, não temos muitos nomes conhecidos (a exceção é Russel Crowe, num papel menor, mas muito importante). Sofia Boutella, a personagem título, é um nome em ascensão (ela mandou bem em Kingsman e no último Star Trek), mas acho que ainda é um nome pouco conhecido. Também no elenco, Annabelle Wallis, Jake Johnson e Courtney B. Vance

Agora aguardemos os outros filmes do Dark Universe – parece que já estão confirmados, além de Cruise e Crowe,  Javier Bardem como Frankenstein e Johnny Depp como o Homem Invisível.

Por fim, preciso falar da nova sala 4DX. O cinema vira uma atração de parque de diversões! A cadeira balança, rolam borrifos de água, pingos na cabeça, vento, fumaça, cutucadas nas costas e nas pernas…

Mulher-Maravilha

Mulher MaravilhaCrítica – Mulher-Maravilha

Antes de ser a Mulher Maravilha, ela era Diana, princesa das amazonas, guerreira treinada. Quando um piloto da Primeira Guerra Mundial cai em sua ilha e fala de conflitos no mundo exterior, ela sai de casa para lutar contra uma guerra para acabar com todas as guerras, descobrindo seus poderes e o verdadeiro destino.

Mulher-Maravilha (Wonder Woman, no original) tinha a responsabilidade de levantar o universo cinematográfico da DC, depois das duas decepções do ano passado (Batman V Superman e Esquadrão Suicida). Fãs da DC, afoitos, estão achando que é o melhor filme de super-heróis desde o Superman de 1978. Menos, gente…

Mulher Maravilha não é ruim, longe disso. Se a gente se desligar dessa responsabilidade, o filme é muito bom. Um bom filme de origem de super-herói, com uma personagem carismática e várias boas sequências de ação. E, diferente dos dois filmes do ano passado, é colorido e engraçado – será que alguém resolveu copiar o estilo do concorrente? 😉

Dirigido por Patty Jenkins (que dirigiu Monster: Desejo Assassino, o filme que deu o Oscar a Charlize Theron), Mulher Maravilha consegue o que todo filme de super herói deveria ser capaz: divertir. O espectador vai se empolgar, vai rir, vai se emocionar. Torçamos para que a Warner / DC tenha encontrado o caminho!

Teve uma coisa que me incomodou muito, mas só posso falar depois dos avisos de spoiler.

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

SPOILERS!!!

O roteiro tem uma forçada de barra aqui, outra acolá, quase todas são bobas, coisas comuns em quase todos os filmes de ação. Mas dois detalhes devem ser mencionados:

– A cena da luta na praia é toda errada. Pra começar, tem um navio encalhado, de onde vieram alguns escaleres com soldados, mas depois simplesmente esquecem da existência do navio. E, pra piorar, as amazonas entram na praia e matam TODOS os “soldados homens armados”, mas deixam um – o mocinho. Claro, senão não existiria o filme…

– O final do filme traz muitas semelhanças com o final do primeiro Capitão América – um soldado chamado Steve se despede da sua “amada”, entra no avião inimigo, cheio de armas, e o avião sofre um acidente.

FIM DOS SPOILERS!

Apesar disso, o resultado final é muito bom. Heu ia falar que é melhor que Esquadrão Suicida, mas isso não é difícil. Deixemos o passado no passado, agora os fãs da DC têm motivo pra comemorar! E os fãs de cinema pop de um modo geral idem!

No elenco, Gal Gadot, a protagonista, está dividindo opiniões. Por um lado ela é limitada como atriz; mas por outro lado ela tem um muito carisma. Heu particularmente gostei, pra mim, o carisma compensa o que falta. Chris Pine está bem como o seu par, e digo o mesmo sobre o heterogêneo time que o acompanha (Ewen Bremner, Saïd Taghmaoui e Eugene Brave Rock) – uma das melhores coisas do filme (ao lado do bem colocado alívio cômico feito por Lucy Davis). As amazonas Robin Wright e Connie Nielsen também estão bem; por outro lado, Danny Huston e David Thewlis estão no limite da caricatura. Ia falar o mesmo sobre a Elena Anaya, mas ela está tão apagada que nem sei se dá pra falar mal…

Enfim, finalmente um bom filme baseado em DC. Vamos mandar boas vibrações para o filme da Liga da Justiça que estreia em breve!

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

piratas-do-caribeCrítica – Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar

Para escapar da vingança do capitão Salazar e seu exército de fantasmas assassinos, Jack Sparrow precisa encontrar o Tridente de Poseidon, que dá ao seu dono o poder de acabar com maldições.

Num mercado com tantas franquias, não chega a ser surpresa mais um Piratas do Caribe. A surpresa é como a Disney consegue ser tão descuidada com um produto original (não custa lembrar que o filme é baseado numa atração do parque). Não revi os outros filmes da franquia antes de ver este quinto filme, então não vou comparar. Mas não lembro de outro Piratas do Caribe com o roteiro tão mal construído.

Vamos direto ao assunto: o ponto fraco de Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales no original) é o roteiro. O início do filme dirigido pela pouco conhecida dupla Joachim Rønning e Espen Sandberg até que flui bem – admito que ri muito na cena da guilhotina. Mas a partir da cena da ilha, começam a aparecer vários furos consecutivos, como cenas desnecessárias (pra que aquele casamento?) ou personagens que entram e saem da trama sem explicação (tipo o resto da tripulação do Jack Sparrow).

Se tem algo a se elogiar são os efeitos especiais. O cabelo do Salazar, sempre “flutuando”, ficou muito bem feito (apesar de a gente já ter visto um efeito parecido em A Espinha do Diabo, do Guillermo del Toro). E o fundo do mar também tem imagens belíssimas.

No elenco, Johnny Depp e Geoffrey Rush parecem estar no piloto automático; Javier Bardem está um pouco melhor como o vilão. Kaya Scodelario e Brenton Thwaites tentam reeditar a dupla Keira Knightley e Orlando Bloom (que aparecem rapidamente). A surpresa do elenco é um cameo de Paul McCartney – se Keith Richards já tinha aparecido como o pai do Jack Sparrow; MacCartney aparece como o seu tio.

Tem uma cena pós créditos, que traz um desnecessário gancho pra uma desnecessária continuação – que espero que não venha…

Alien: Covenant

alien covenantCrítica – Alien: Covenant

Os tripulantes da nave colonizadora Covenant encontram um planeta remoto. O que antes parecia ser um paraíso inexplorado, torna-se uma ameaça além da imaginação.

Depois do decepcionante* Prometheus, mais uma vez Ridley Scott volta ao universo dos xenomorfos e face huggers.

Recapitulando: os dois primeiros (Alien, o Oitavo Passageiro, dirigido por Scott em 1979, e Aliens O Resgate, James Cameron, 86) são clássicos absolutos da ficção científica. O terceiro e o quarto filmes (David Fincher, 92; Jean Pierre Jeunet, 97) têm seus méritos, mas são bem inferiores aos dois primeiros. Na década de 00, tivemos dois Alien vs Predador, uma ideia que no papel parecia boa, mas que gerou dois filmes horríveis. Scott voltou à franquia em 2012 com Prometheus, e disse na época que seria uma trilogia prequel. Alien: Covenant (idem, no original) é o segundo filme desta trilogia.

Ter Scott na direção deveria ser garantia de qualidade, afinal, foi ele quem começou com isso tudo. Mas, mais uma vez, Scott fica devendo.

Alien: Covenant é melhor que Prometheus, mas ainda está bem abaixo dos dois primeiros filmes. Algumas falhas de roteiro presentes no filme anterior se repetem aqui – como é que astronautas entram num planeta desconhecido sem capacete, só porque tem oxigênio e nitrogênio na atmosfera? Ninguém pensou em vírus??? Além disso, a história tem uns papos cabeça desnecessários (pra que aquele prólogo?), e resolve responder perguntas que ninguém perguntou sobre os xenomorfos.

(Dois amigos críticos falaram muito mal, dizendo que Scott queria apagar o Aliens de James Cameron. Não entendi por esse lado.)

No fim, temos mais do mesmo. Li em algum lugar uma comparação com Sexta Feira 13 – vira um filme onde o monstro caça um por um. Ok, divertido, mas a gente já viu isso antes muitas vezes, né?

Se algo merece elogios, é a atuação de Michael Fassbender. O cara interpreta dois androides, e a gente consegue ver direitinho as diferenças entre os personagens. Em compensação, o resto do elenco fica devendo. Katherine Waterstone (Animais Fantásticos e Onde Habitam) falha na tentativa de entregar uma protagonista feminina forte (como Sigourney Weaver na quadrilogia ou Noomi Rapace em Prometheus). E gosto do Billy Crudup pelo Quase Famosos, mas ele tá péssimo aqui. Também no elenco, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo e Callie Hernandez, além de pontas de James Franco e Guy Pearce.

No fim, temos um filme que nem é ruim, vai agradar os menos exigentes. Mas heu gostei mais do Vida, mesmo sabendo que é quase um plágio do primeiro Alien…

* Revi Prometheus antes de ver Covenant, realmente é um filme com mais defeitos do que méritos. Mas preciso admitir que quando escrevi minha crítica logo depois de sair da sessão, falei bem do filme…

Sing Street: Música e Sonho

Sing StreetCrítica – Sing Street: Música e Sonho

Vamos ao meu novo “filme favorito de todos os tempos da última semana”?

Em Dublin, nos Nos 80,um adolescente começa uma banda para impressionar uma garota que ele gosta.

Sing Street: Música e Sonho (Sing Street, no original) é o filme novo do John Carney, o mesmo de Apenas uma Vez e Mesmo se Nada Der Certo. O filme concorreu ao Globo de Ouro de melhor filme comédia ou musical (perdeu pra La La Land), mas foi ignorado pelo Oscar. Mesmo assim, acho que merecia um lançamento nos cinemas brasileiros. Em vez disso, foi lançado direto no Netflix. Menos mal, pelo menos foi lançado…

Sing Street é uma deliciosa viagem musical aos anos 80. Digo mais: é um filme obrigatório para quem foi músico iniciante nos anos 80. Heu comecei a tocar com 15 anos, em 1986 – e “me vi” diversas vezes ao longo do filme. Diferente de um Commitments ou um Quase Famosos, quando vemos músicos profissionais, aqui são moleques aprendendo a rotina de ensaios e gravações. Vivi isso, e na mesma época!

Nos seus outros filmes, Carney já tinha mostrado boas sacadas ligadas à música. Aqui ele mostra mais uma vez esta habilidade. Uma coisa que gostei muito foram os arranjos musicais. Pelo menos em dois momentos do filme os personagens começam tocando uma música num arranjo mais simples e ao longo da música o arranjo começa a ficar sofisticado e termina com cara de cd.

Outro detalhe genial é que uma banda inicial de adolescentes sempre tem problemas de identidade. E isso é mostrado: eles ouvem Duran Duran e fazem uma música com uma pegada Duran Duran; depois ouvem The Cure e acontece o mesmo, idem com Daryl Hall & John Oates. Não é plágio, as citações são explícitas.

Pelo menos duas cenas são antológicas. Em uma delas, vemos, num plano sequência, a criação de um arranjo musical: começa à noite com voz e violão, entra o piano, fica de dia e entra o teclado, depois baixo e bateria, finalmente a guitarra. Na outra cena, vemos uma homenagem ao baile de De Volta Para o Futuro. Cenas para ver e rever!

Claro que um filme desses precisa de um bom elenco. Se, no filme anterior, Carney tinha Keira Knightley e Mark Ruffalo, desta vez voltou a nomes desconhecidos (como em Apenas uma Vez). A dupla Ferdia Walsh-Peelo e Lucy Boynton tem carisma e talento o suficiente pra segurar o filme. E vi vídeos no YouTube dos dois principais da banda (Ferdia e Mark McKenna) tocando e cantando em programas de TV – eles realmente tocam! O único ator conhecido é Aiden Gillen, o Mindinho de Game of Thrones, num papel pequeno.

Pena que Sing Street foi mal lançado, então pouca gente ouviu falar. Mas fica a recomendação. Mesmo pouco conhecido, estamos diante de um dos melhores filmes do ano!

Guardiões da Galáxia vol. 2

Guardiões 2Crítica – Guardiões da Galáxia vol. 2

Enquanto o heterogêneo grupo formado no filme anterior foge de vários inimigos, Peter Quill descobre informações sobre seu pai.

Em 2014, o primeiro Guardiões da Galáxia foi uma boa surpresa. Ninguém esperava nada de um filme onde um dos protagonistas era um guaxinim, e outro, uma árvore. E foi um dos melhores filmes do ano! Claro que agora já existia expectativa. E aí, será que mantiveram a qualidade?

Boa notícia! Guardiões da Galáxia Vol. 2 (Guardians of the Galaxy Vol. 2, no original) é tão bom quanto o primeiro!

Logo de cara já vemos o tom do filme, na melhor sequência de créditos iniciais desde Deadpool. Enquanto o Baby Groot dança em primeiro plano, uma briga violenta acontece ao fundo. Sequência muito bem filmada (plano sequência!) e muito divertida, que dá vontade de rever várias vezes. E que já diz que não é pra levar o filme a sério.

(Parênteses pra falar do Baby Groot. Rolava um certo receio: será que vai funcionar um filhote de Groot, ou vai encher o saco? Respondo com convicção: o Baby Groot é um personagem excelente, que vai ganhar vários fãs a cada exibição do filme!)

Assim como o primeiro filme, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é uma divertida aventura espacial. É Marvel, faz parte do MCU, mas nem parece um filme de super heróis. Aliás, é curioso como a Marvel sabe construir seu universo cinematográfico sem nenhuma pressa. Todo mundo sabe que daqui a alguns anos os Guardiões vão se unir aos outros heróis da Marvel. Mas este segundo filme continua completamente independente dos outros. Palmas para a organização do MCU!

A direção e o roteiro estão novamente com James Gunn, que mais uma vez entrega um filme redondinho. Trama bem amarrada, personagens carismáticos, efeitos especiais de primeira, tudo funciona bem. Ah sobre os efeitos, temos, de novo, um ator “coroa” rejuvenescido digitalmente. Impressionante!

Se no primeiro filme tivemos as apresentações dos personagens, agora temos o aprofundamento de cada personalidade. Conhecemos melhor suas peculiaridades e seus problemas. E vemos que, no fundo, Guardiões da Galáxia Vol. 2 é um filme sobre a família. Não necessariamente uma família careta de pai, mãe e filho; mas qualquer tipo de relação familiar, consanguínea ou não. Steven Spielberg deve ter gostado (ou ficado com inveja, sei lá).

No elenco, temos a volta de todos os atores principais do primeiro filme. Claro que o protagonista é o Peter Quill de Chris Pratt, hoje uma estrela do primeiro time; mas o resto do elenco principal tem maior importância: Zoe Saldana, Dave Bautista e as vozes de Bradley Cooper e Vin Diesel (aliás, é curioso ver como Bautista está muito bem como Drax!). Michael Rooker, Karen Gillan e Sean Gunn têm mais espaço nesta segunda parte; e, de novidades, temos Kurt Russell, Elizabeth Debicki e Pom Klementieff. Também temos pontas de Sylvester Stallone e David Hasselhof, e, claro, Stan Lee. Por fim, cameos de Ving Rhames, Michelle Yeoh e Miley Cyrus me fazem acreditar que teremos um spin off…

Assim como no primeiro filme, a trilha sonora é essencial para a trama. As músicas são boas, e se encaixam perfeitamente na narrativa. Agora, na minha humilde opinião, a seleção musical do primeiro filme é melhor… Ah, além das músicas, temos outras referências à cultura pop, como Pac Man, Mary Poppins e a série Cheers.

Por fim, são cinco cenas pós créditos, além de várias piadinhas inseridas no texto dos créditos. Não saia do cinema antes de acabar tudo!

Velozes e Furiosos 8

Velozes 8Crítica – Velozes e Furiosos 8

Quando uma mulher misteriosa seduz Dom a entrar no mundo do terrorismo e trair aqueles mais próximos a ele, seus amigos enfrentarão desafios que irão testá-los como nunca antes

Preciso confessar que sou fã da franquia Velozes e Furiosos. Sei que tem muita coisa forçada nos roteiros, sei que tem muitos clichês, mas curto as bobagens exageradas na tela. Principalmente porque são bobagens divertidas e muito bem feitas!

Dirigido por F. Gary Gray (Straight Outta Compton) Velozes e Furiosos 8 (The Fate of the Furious, no original) já mostra na cena inicial que não é pra se levar a sério. Num pega de rua, o “carro mais rápido da ilha” perde pra um calhambeque caindo aos pedaços, andando de marcha ré. E o resto do filme segue esta lógica (ou falta de), temos até uma cena que mostra “carros zumbis” que lembra Guerra Mundial Z! Só achei forçado coisas voltarem a funcionar depois de uma bomba de pulso eletromagnético… Forçou, né? 😉

Hoje em dia é comum vermos personagens femininas fortes (que bom!). Em filmes de ação temos visto várias mulheres entrando na porrada. Aqui é ainda melhor: a vilã é uma personagem forte, mas que usa a inteligência e não precisa brigar fisicamente com ninguém para ser temida.

Aliás, é curioso notar que uma franquia considerada “descerebrada” por boa parte da crítica, e que está lançando o seu oitavo filme, ainda tem moral pra incluir duas boas novidades no elenco: duas atrizes ganhadoras do Oscar. Charlize Theron, maravilhosa como sempre, é a grande vilã; Helen Mirren tem um papel pequeno, mas rouba todas as (poucas) cenas que aparece. É muito bom ver uma atriz veterana não se levando a sério!

Sobre o resto do elenco, é mais do mesmo. Velozes e Furiosos 8 reúne os três carecas fortões mais carismáticos de Hollywood. Mas se for pra destacar um, escolho Dwayne Johnson, que está no limite da galhofa o tempo todo, e é responsável por alguns dos melhores momentos do filme (e aí incluo uma partida de futebol feminino infantil!) – Vin Diesel e Jason Statham completam o trio principal. Também no elenco, Michelle Rodríguez, Kurt Russell, Nathalie Emmanuel, Tyrese Gibson, Ludacris, Elsa Pataky, Scott Eastwood e Luke Evans.

Ouvi críticas sobre a entrada de Jason Statham no grupo ao lado dos protagonistas – até o último filme, ele era o inimigo. Ok, realmente a transformação de inimigo para amigo podia ter um desenvolvimento melhor. Mas as justificativas do roteiro foram o suficiente pra mim.

Velozes 9 está previsto pra 2019. Tomara que tenha mais Helen Mirren!

A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

A Vigilante do AmanhãCrítica – A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell

Num futuro próximo (2029), Major é a primeira da sua espécie: um cérebro humano dentro de um robô, um soldado perfeito para parar os criminosos mais perigosos do mundo.

Imagine uma mistura de Matrix, Blade Runner, Robocop e Johnny Mnemonic, com uma Scarlett Johansson “chutando traseiros”? A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (Ghost in the Shell, no original) é mais ou menos isso.

Trata-se da adaptação do mangá “Ghost in the Shell”, que depois virou o anime homônimo de 95 (que aqui ganhou o título de “O Fantasma do Amanhã”). Não li o mangá, nem vi o anime, então não posso comparar. Mas conheço duas pessoas que viram e disseram que a animação é muito sonolenta. Ok, talvez seja melhor continuar sem ver…

O nome original é explicado logo no início do filme: é um espírito (ghost) numa casca vazia (shell). Só que o estúdio resolveu mudar o nome, com medo do público achar que era um filme de terror. Foi daí que surgiu “O Fantasma do Amanhã”.

A história contada no filme dirigido por Rupert Sanders (que até agora, só tinha feito um longa, Branca de Neve e o Caçador) não é muito original, a gente já viu isso antes. O que é legal aqui é o visual. Desde a concepção da própria Major até as coreografias das lutas, passando por todos os cenários, temos um filme onde cada cena enche os olhos.

Existe um mimimi na internet sobre o “white washing”, que seria a mania americana de colocar um ator branco num papel que deveria ser oriental (rolou o mesmo papo sobre o Matt Damon em A Grande Muralha). Neste caso em particular, acho que as reclamações não têm fundamento por dois motivos: 1- O personagem é um robô, não precisa parecer uma pessoa oriental; 2- Boa parte do marketing do filme é em cima da Scarlett Johansson. Se fosse uma atriz oriental menos conhecida, o filme certamente teria menos público!

Aliás, o filme não deixa claro onde a história se passa, mas existem referências ao Japão em todos os cantos. Inclusive, alguns personagens falam japonês! Taí, uma crítica que posso fazer é que certos diálogos poderiam ser inteiramente em japonês – em vez disso, um personagem fala em japonês e o outro responde em inglês.

No elenco, claro que o nome mais importante é a Scarlett Johansson – que consegue construir outro personagem que sabe brigar, diferente da Viúva Negra. Outros dois nomes que merecem ser citados são Juliette Binoche (musa cult dos anos 80) e Takeshi Kitano, que tem uma carreira paralela como diretor. Também no elenco, Pilou Asbæk e Michael Pitt.

Agora resta ver a bilheteria pra sabermos se será uma nova franquia…

Fragmentado

fragmentadoCrítica – Fragmentado

Três adolescentes são sequestradas por um homem diagnosticado com 23 diferentes personalidades. Elas precisam escapar antes do surgimento de uma assustadora vigésima quarta.

Um filme novo do M. Night Shyamalan já começa com dois problemas. Primeiro, a comparação com o excelente O Sexto Sentido. Depois, a lembrança das bombas que ele dirigiu depois (Dama na Água, Fim dos Tempos, O Último Mestre do Ar e Depois da Terra). A carreira do cara vai do clássico obrigatório até o fundo do poço. Ou seja, pode vir qualquer coisa.

Seu último filme, A Visita, foi bom – nenhuma obra prima, mas muito melhor que os quatro antecessores. Mas o melhor de tudo era sentir que a carreira de Shyamalan estava voltando aos bons momentos.

Fragmentado (Split, no original) não é um novo Sexto Sentido. Mas confirma a boa fase apontada pelo último filme. Um filme bem conduzido, com bons momentos de tensão e uma câmera sempre bem posicionada. E algo essencial para esta proposta: um ator inspiradíssimo.

James McAvoy (o professor Xavier do reboot de X-Men) tem aqui o melhor papel da sua carreira. O cara conseguiu criar personagens muito diferentes, e só no olhar a gente já sabe quem é quem. Este tipo de filme não costuma gerar prêmios de atuação, mas não será surpresa ver McAvoy indicado ao Oscar ano que vem. O outro destaque no elenco é Anya Taylor-Joy, de A Bruxa – o resto do elenco tem nomes pouco conhecidos.

Ah, uma coisa importante: quando li na sinopse que seriam 23 personalidades, achei que não ia funcionar – não tem como desenvolver tantos personagens em um filme de apenas duas horas. Felizmente a narrativa principal foca em apenas 3 ou 4 personalidades. Funcionou muito bem.

Achei a parte final um pouco exagerada. Mas a cena final justifica o exagero. Será que teremos continuação?