Jogo Perigoso

Jogo PerigosoCrítica – Jogo Perigoso

Sinopse (imdb): Um casal tenta apimentar seu casamento em sua remota casa do lago, mas agora Jessie deve lutar para sobreviver quando o marido morre inesperadamente, deixando-a algemada na cabeceira da cama.

Ano passado foi um bom ano para os fãs de Stephen King. Tivemos nos cinemas dois filmes (It e A Torre Negra (ninguém gostou, mas heu gostei)), além de uma série, The Mist. E, olha lá, teve mais um filme pela Netflix, este Jogo Perigoso (Gerald’s Game, no original).

Dirigido por Mike Flanagan (O Espelho), Jogo Perigoso tem uma estrutura interessante: quase todo o filme se passa dentro de um quarto, com apenas dois atores. E mesmo assim, não parece teatro filmado! Mais não conto, pra não entrar em spoilers.

A maior parte do filme se passa dentro do quarto, mas vemos alguns flashbacks que enriquecem a história da protagonista e trazem várias interpretações para as algemas.
Jogo Perigoso é baseado em Stephen King, mas não é exatamente um filme de terror, está mais para suspense psicológico. Mas tem uma cena em particular, curtinha, perto do fim, que tem um gore em boa dose.

No elenco, basicamente o filme é com a Carla Gugino e Bruce Greenwood. Curiosidade: o pai dela nos flashbacks é interpretado por Henry Thomas, que 35 anos atrás foi o protagonista de um certo E.T.

Jogo Perigoso não é um filme essencial, mas vai distrair quem não for muito exigente.

Círculo de Fogo: A Revolta

Circulo de FogoCrítica – Círculo de Fogo: A Revolta

Sinopse (imdb): Jake Pentecost, filho de Stacker Pentecost, se reúne com Mako Mori para liderar uma nova geração de pilotos da Jaeger, incluindo o rival Lambert e a hacker de 15 anos Amara, contra uma nova ameaça Kaiju.

O primeiro Círculo de Fogo já não foi grande coisa, mesmo tendo Guillermo Del Toro na direção. Claro que a expectativa pela continuação é baixa. E, mesmo assim, Círculo de Fogo: A Revolta (Pacific Rim: Uprising, no original) decepciona.

Antes de tudo, preciso confessar uma coisa: a ideia de precisar de duas pessoas conectadas pra guiar um robô gigante nunca fez sentido pra mim. Claro que o segundo filme martela a mesma ideia…

Mas isso não é a pior coisa do filme. Círculo de Fogo: A Revolta tem um roteiro mal escrito, atores fracos, e as sequências de ação, que deveriam ser os pontos altos, lembram a franquia Transformers – e isso nunca é uma boa referência.

Os personagens são rasos, ninguém vai se importar com eles. Além disso, parece que quiseram preencher cotas de várias etnias, e isso gerou vários personagens descartáveis. Um exemplo: Adria Arjona, uma Eiza González genérica, não tem nenhuma importância para a trama, tire o personagem e nada se perde.

No elenco, John Boyega mostra que não tem carisma para ser protagonista, enquanto Scott Eastwood parece que só ganha papéis pela semelhança física com papai Clint. Também no elenco multi étnico, Cailee Spaeny, Burn Gorman, Charlie Day, Tian Jing, Jin Zhang, Rinko Kikuchi e Ivanna Sakhno.

No fim, temos um filme que mais parece um catálogo para vender brinquedos. Porque esta parte é bem organizada, cada robô e cada monstro tem nomes e características distintas… As lojas de brinquedos agradecem!

Tomb Raider: A Origem

Lara CroftCrítica – Tomb Raider: A Origem

Sinopse (imdb): Lara Croft, a rebelde e independente filha de um aventureiro desaparecido, deve ir além de seus limites quando se encontra na ilha onde seu pai desapareceu.

No início da década passada, tivemos dois filmes da Angelina Jolie como Lara Croft. São filmes divertidos, mas apenas isso. Ou seja, cabia um reboot, se fosse um filme bom.

Se fosse um filme bom…

Dirigido por Roar Uthaug (A Onda), Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider, no original) não é ruim. Mas também não é bom. É apenas mais um filme de ação genérico.

Talvez o pior problema aqui seja o roteiro. São várias inconsistências ao longo da projeção. Daqueles momentos que você diz “não, gente, menos” – e cada vez mais “te tiram” do filme. Um exemplo simples: se dá pra ir de helicóptero pra ilha, pra que se arriscar de barco?

Outra coisa que enfraquece são algumas atuações. Se Dominic West está ruim como o pai da protagonista; Walton Goggins está ainda pior com seu vilão caricato. Gente, hoje, em 2018, um vilão assim não tem mais espaço num filme que pretende ser sério!

E Alicia Vikander? É uma grande atriz, não há dúvida quanto a isso. Mas acho que Angelina Jolie tinha mais carisma para o papel. Bem, pelo menos Alicia não atrapalha como os outros dois.

No fim, como disse lá em cima, é apenas mais um filme genérico. Não vai desagradar o espectador comum. Mas que podia ser melhor, ah, podia. Ainda mais que tem o subtítulo “A Origem”. Ou seja, teremos continuações…

Medo Profundo

Medo-ProfundoCrítica – Medo Profundo

Sinopse (imdb): Duas irmãs em férias no México estão presas em uma gaiola de tubarão no fundo do oceano. Com menos de uma hora de oxigênio sobrando e grandes tubarões brancos circulando por perto, eles precisam lutar para sobreviver.

Ano passado tivemos Água Rasa, um bom filme de tubarão. Deve ter tido um bom resultado nas bilheterias, afinal resolveram lançar Medo Profundo (47 Meters Down, no original) no circuito – um filme que já estava disponível para download já há um tempo.

Escrito e dirigido pelo pouco conhecido Johannes Roberts, Medo Profundo ganha pontos por ser curto e direto. A história é basicamente o drama das irmãs na gaiola – o medo dos tubarões, a falta de oxigênio, o problema de comunicação com o barco… Não tem nada de inovador, mas pelo menos temos uma tensão claustrofóbica constante ao longo do filme.

No elenco, Mandy Moore e Claire Holt seguram a onda como as irmãs. E Mathew Modine aparece como o dono do barco – achei que Stranger Things tinha valorizado o cachê dele, parece que não.

O fim do filme não é ruim, mas se fosse heu, acabava um minuto antes. Mais não falo por causa dos spoilers…

Enfim, nada de novo, mas vai agradar os menos exigentes.

p.s.: No imdb, existe a página da continuação, 48 Meters Down, ainda em produção. E esta escrito assim “The official sequel to 47 Meters Down, the smash Summer hit of 2017“. Smash summer hit? Seriously?

O Passageiro

O PassageiroCrítica – O Passageiro

Sinopse (imdb): Um ex policial está preso em uma conspiração criminosa durante sua viagem diária de trem.

Liam Neeson já fez outros três filmes com o diretor Jaume Collet-Serra. Todos foram legais. Será que cabe mais um?

O Passageiro (The Commuter, no original) é um bom thriller, cheio de boas cenas de ação. Mas é basicamente uma repetição do que já vimos antes – principalmente em Sem Escalas, com a diferença que trocaram o avião pelo trem.

Bem, já falei aqui antes, não me incomodo com ideias recicladas se o resultado final for bom. Pra mim, é o caso. Gostei do filme.

O Passageiro pode não ser novidade, mas tem algo básico: tem bom ritmo e prende a atenção com cenas eletrizantes. Collet-Serra ainda consegue inovar criando vários ângulos pouco convencionais (dentro do trem!) ao longo do filme. E ainda tem uma boa luta em plano sequência. Tá bom assim?

Olha, admito que gostei do filme, mas a gente precisa reconhecer que tem algumas coisas forçadas demais. Aquela teoria da conspiração é complexa demais, forçaram a barra um pouco. Alguns momentos do filme você pensa “menos, gente, menos”…

No elenco, mais uma vez Liam Neeson é “o cara” – ele faz muito bem este tipo de personagem. O elenco traz outros nomes famosos, como Vera Farmiga, Patrick Wilson, Sam Neill e Elizabeth McGovern, mas em papéis pequenos. O pessoal que aparece mais ao longo do filme é desconhecido.

No fim, parece que estamos vendo uma versão atualizada de Assassinato no Expresso Oriente – um “whodoneit” dentro de um trem. Uma versão mais ágil e moderna. Apesar de não ter nenhuma novidade.

Operação Red Sparrow

Operação Red SparrowCrítica – Operação Red Sparrow

Sinopse (imdb): A bailarina Dominika Egorova é recrutada para a “Sparrow School”, um serviço de inteligência russo onde é obrigada a usar seu corpo como arma. Sua primeira missão, visando um agente da C.I.A., ameaça desvendar a segurança de ambas as nações.

Atômica, um dos melhores filmes do ano passado, mostrava uma espiã na Europa em cenas de ação de tirar o fôlego. Este Operação Red Sparrow (Red Sparrow, no original) também traz uma espiã europeia, mas é outro estilo de filme, totalmente diferente.

Dirigido por Francis Lawrence (que não é parente, mas que já dirigiu Jennifer Lawrence em três filmes da franquia Jogos Vorazes), Operação Red Sparrow é um filme lento, que foca mais no “jogo de xadrez” político do que na ação. Vai ter gente decepcionada.

(Depois da sessão de imprensa, ouvi alguns críticos reclamando que o trailer dava sinais de que a Jennifer Lawrence de Operação Red Sparrow seria quase uma Natasha Romanoff. Sorte que não vi o trailer…)

Baseado num livro escrito por Jason Matthews, um ex-agente da CIA, Operação Red Sparrow tem pouca ação, é um filme de espionagem à moda antiga, com uma trama complexa e algumas reviravoltas no roteiro. É um bom filme, mas tem problemas de ritmo, e a longa duração atrapalha. Se dessem uma enxugada o resultado seria melhor.

A parte do treinamento dos sparrows é uma das melhores coisas do filme – sedução se mistura com humilhação (física e psicológica). A gente sempre vê espiões no cinema usando sexo e sedução, aqui eles aprendem a usar isso – e de maneira fria. Taí, acho que heu veria um filme inteiro só com os sparrows – primeiro os treinamentos, depois a prática.

Retrato dos dias atuais: temos uma mudança da visão do comportamento sexual dos personagens. Décadas atrás, o sexo era muito presente nos filmes do James Bond, mas a gente tinha uma visão romântica disso. Dominika Egorova usa o sexo sem emoções, somente para conseguir seus objetivos.

As cenas de nudez da Jennifer Lawrence são um reflexo disso. Nas cenas de sexo, ela não mostra nada. Só mostra em cenas onde o “assunto” é poder e dominação.

O elenco é muito bom. Jennifer Lawrence é um dos maiores nomes do cinema contemporâneo, apesar de muita gente não gostar dela. E ela está acompanhada de um elenco de primeira linha, que inclui Joel Edgerton, Matthias Schoenaerts, Charlotte Rampling, Mary-Louise Parker, Jeremy Irons, Ciarán Hinds e Joely Richardson. Mas teve uma coisa que achei mal feita. Boa parte dos personagens são russos, e a produção decidiu deixá-los falando inglês, com sotaque. Ficou tosco…

Pelo hype, muita gente vai ver Operação Red Sparrow, mas tenho minhas dúvidas se muita gente vai gostar.

A Maldição da Casa Winchester

maldição da casa winchesterCrítica – A Maldição da Casa Winchester

Sinopse (imdb): Instalada em sua extensa mansão na Califórnia, a excêntrica herdeira Sarah Winchester acredita ser assombrada pelas almas das pessoas mortas pelo rifle de repetição Winchester.

Será um filme com os irmãos Sam e Dean Winchester, de Supernatural? Ah, não, é outra família Winchester. Em A Maldição da Casa Winchester (Winchester, no original), a família Winchester é a dos fabricantes de armas. Nada a ver com a série…

Filme novo dos irmãos Spierig, os mesmos que fizeram o excepcional O Predestinado uns anos atrás. Por causa de O Predestinado, eles ainda têm crédito comigo, apesar de terem ficado devendo com A Maldição da Casa Winchester (o mesmo aconteceu com Jigsaw, lançado ano passado)

A Maldição da Casa Winchester simplesmente não anda. Um jumpscare aqui, outro ali, no meio de um monte de clichês. O filme até acerta em algumas cenas (como a cena do espelho), mas no geral é tudo chato e previsível demais. A única coisa que realmente chama a atenção é a casa, que, estranhamente, é pouco explorada.

Pior é que essa casa existe, e a casa real parece ser mais interessante do que o que foi mostrado no filme. Catei fotos no Google, deu vontade de conhecer a casa pessoalmente. Taí, pela primeira vez achei que um documentário sobre o local pode ser melhor do que um filme de ficção. A casa parece ser fascinante!

No elenco, não tem como não se decepcionar com a Hellen Mirren. Claro que ela não está mal, mas não precisava de uma atriz do porte dela, qualquer uma faria esse papel. Também no elenco, Sarah Snook, Jason Clarke, Finn Scicluna-O’Prey, Eamon Farren e Bruce Spence. E, pra quem não reconheceu, Angus Sampson é o Tucker de Sobrenatural.

A Maldição da Casa Winchester não chega a ser ruim, mas, infelizmente, também está longe de ser bom.

Pequena Grande Vida

Pequena Grande VidaCrítica – Pequena Grande Vida

Sinopse (imdb): Uma sátira social onde um homem percebe que ele teria uma vida melhor se ele fosse encolhido a doze centímetros de altura, permitindo-lhe viver em riqueza e esplendor.

Sabe quando uma ótima ideia se perde ao longo do filme?

Achei genial a premissa de Pequena Grande Vida (Downsizing, no original). Pessoas muito menores consomem muito menos, o dinheiro para sustentar uma pessoa normal proporciona vida de luxo para os pequenos. E a ideia ainda melhora quando vemos a “favela” e começamos a ver as imperfeições deste mundo utópico. Pode-se discutir o quanto é válido o procedimento, questões sociais e econômicas, como ficariam relações familiares… Ei, essa premissa é tão rica que poderia virar uma série

Mas não. Pequena Grande Vida começa bem, mas se perde completamente. Entram ideias desinteressantes, como um romance improvável e uma subtrama apocalíptica. E o filme termina com o espectador se questionando pra onde foi a boa ideia.

Pra piorar, o roteiro tem personagens que estão na história sem nada acrescentar, tipo o Konrad interpretado por Udo Kier (tire o personagem, nada se perde). Isso sem contar com personagens que somem, tipo a mãe do Matt Damon ou o personagem do Jason Sudeikis.

O diretor e roteirista Alexander Payne tem um currículo impressionante. Foi indicado ao Oscar de melhor diretor em seus três últimos filmes, Sideways (2004), Os Decendentes (2011) e Nebraska (2013) – e ganhou os Oscars de melhor roteirista pelos dois últimos (os três filmes ainda foram indicados ao Oscar de melhor filme). Nada mal. Mas acho que desta vez ele vai passar longe de premiações.

O elenco está ok. Matt Damon faz o de sempre; assim como Christoph Waltz, repetindo o “Hans Landa / King Schultz” (mas isso não me incomoda, gosto do seu “personagem único”). Também no elenco, Hong Chau, Kristen Wiig e Rolf Lassgård, além de uma divertida ponta de Neil Patrick Harris e Laura Dern.

No fim, fica a frustração. Aposto como cada espectador vai pensar num modo melhor de terminar o filme.

Eu, Tonya

Eu TonyaCrítica – Eu, Tonya

Sinopse (imdb): A patinadora de gelo competitivo Tonya Harding sobe nos rankings dos Campeonatos de patinação artística dos EUA, mas seu futuro na atividade é posto em risco quando seu ex-marido intervém.

Em determinado momento de Eu, Tonya (I, Tonya, no original), a personagem título Tonya Harding fala que ela era a segunda personalidade mais conhecida nos EUA, atrás apenas do Ronald Reagan. Bem, não sei se sou só heu, mas admito que sabia pouco sobre ela. Sei que Tonya Harding era uma patinadora, mas não sabia de quase nada da sua história. Que bom pra mim, não sabia “spoilers” sobre sua história!

Eu, Tonya é uma boa biografia, assim como Tonya Harding é uma boa biografada. Temos um personagem rico, uma atleta com talento acima da média, e completamente fora do padrão de comportamento. Gostei da história dela – apesar de não saber se o que aparece no filme é verdade ou não.

Dirigido pelo pouco conhecido Craig Gillespie (da refilmagem de A Hora do Espanto), Eu, Tonya tem uma narrativa pouco convencional. Não só vemos o elenco caracterizado como se fosse nos dias atuais, interpretando entrevistas “reais”, como várias vezes estamos acompanhando uma narração em off, até que a câmera alcança o personagem que está falando, e este se vira para a câmera, quebrando a quarta parede e terminando sua narrativa diretamente para o público. Gostei dessa ideia – não me lembro de ter visto isso antes.

Outra parte técnica digna de nota são as cenas de patinação. Não sei o quanto a Margot Robbie sabe patinar e o quanto foi usado de dublês. Só sei que as sequências ficaram perfeitas. E gostei de ter visto durante os créditos finais a Tonya Harding original, na mesma competição que vimos antes no filme.

Claro que o nome que mais chama a atenção no elenco é Margot Robbie, a Arlequina de Esquadrão Suicida (uma das poucas coisas boas daquele filme). Robbie está muito bem, tanto que ganhou uma indicação ao Oscar de melhor atriz. Mas, na minha humilde opinião, o grande destaque é Allison Janney, também indicada ao Oscar (atriz coadjuvante). Também no elenco, Sebastian Stan, Julianne Nicholson, Paul Walter Hauser, Bobby Cannavale Bobby Cannavale e Bojana Novakovic.

Por fim, preciso falar da trilha sonora. Sabe Guardiões da Galáxia, que pega boas músicas pop e insere dentro do contexto da história que está sendo contada? Eu, Tonya segue o mesmo conceito. Não só as músicas são boas, como ainda ajudam a contar a história.

Além dos Oscars de atriz e atriz coadjuvante, Eu, Tonya está concorrendo a melhor edição. Tô na torcida pela Allison.

Pantera Negra

Pantera NegraCrítica – Pantera Negra

Sinopse (imdb): Depois da morte de seu pai, o Rei de Wakanda, T’Challa retorna para a nação africana isolada e tecnicamente avançada para assumir o trono e seu lugar como rei.

Hoje, com dezessete longa metragens* ao longo de dez anos de MCU (Universo Cinematográfico da Marvel), a gente já sabe que a barra é alta. Já sabemos que o filme vai ser bom, a dúvida é se mesmo assim ainda vai surpreender.

Bem, não sei se Pantera Negra (Black Panther, no original) ficaria no meu top 5 pessoal de filmes do MCU, mas posso garantir que se trata de entretenimento de qualidade. Temos uma trama consistente, bons atores, bons personagens, uma belíssima ambientação no fictício país Wakanda… Tem até um vilão com boas motivações, coisa que nem sempre acontece em filmes de super heróis. Ah, importante: Pantera Negra fala de representatividade sem ser panfletário.

O diretor Ryan Coogler (Creed) é negro, assim como quase todo o elenco. Mas em vez de assumir uma postura “I’m black and I’m proud”, o filme apenas mostra bons personagens – guerreiros, cientistas, líderes políticos… Não só negros, como também temos várias mulheres fortes, inteligentes e bonitas. Taí um bom meio de se combater o racismo: mostrar que a suposta minoria pode ser tão boa quanto ou ainda melhor. Aposto como vai ter muita criança branca fã dos personagens.

Pantera Negra é um filme de super herói, então, claro, temos boas cenas de ação. Gostei muito de uma cena em particular, onde vemos uma luta em plano sequência, num cenário que lembra a cena final de Kill Bill 1. Sobre o humor, algumas pessoas criticam o excesso de humor dos filmes da Marvel – Pantera Negra tem uma piadinha aqui, outra ali, mas é um filme bem mais sério que os outros.

O visual de Wakanda é bem legal, mistura tradicionalismo com tecnologia de ponta. Pena que alguns efeitos especiais em cgi ficaram estranhos (principalmente na luta final). A trilha sonora alterna hip hop com sons tribais (lembrei do grupo mineiro Uakti, mas acho que ninguém que ouve Uakti vê filme de super herói). Ficou legal, mas, na minha humilde opinião, podia ter um blaxploitation dos anos 70…

O elenco é nota 10. Todos estão bem: Chadwick Boseman, Michael B. Jordan, Lupita Nyong’o, Danai Gurira, Daniel Kaluuya, Letitia Wright, Winston Duke, Sterling K. Brown e Forest Whitaker. Curiosidade: os dois atores brancos, Martin Freeman e Andy Serkis, estavam juntos numa certa trilogia tolkeniana – como o Hobbit e o Gollum.

São duas cenas pós créditos, mas acho que hoje em dia nem precisa mais avisar, né? 😉

Falei lá no início que antes deste foram 17 filmes, né? Pois bem, ainda este ano teremos Guerra Infinita e Homem Formiga e a Vespa. Até o fim de 2018, serão 20 longas. Má notícia para os haters; boa notícia pra quem gosta de cinema pop de qualidade.

* Homem de Ferro e Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor e Capitão América (11), Vingadores (12), Homem de Ferro 3 e Thor 2 (13), Capitão América 2 e Guardiões da Galáxia (14), Vingadores 2 e Homem Formiga (15), Guerra Civil e Doutor Estranho (16), Guardiões da Galáxia 2, Homem Aranha e Thor 3 (17).